Um pagamento direto em dinheiro, uma única vez, no valor de 300 mil dinares – mais de 2.500 euros – para todas as famílias que tenham o seu primeiro filho. Esta é uma das medidas com que a Sérvia vai tentar reverter a descida da natalidade no país, a par de outros incentivos a que as famílias que já tenham filhos tomem a opção de ter mais.

Estamos a desaparecer enquanto nação“, afirmou Aleksandar Vucic, Presidente sérvio, que apresentou os planos publicamente esta quarta-feira. “Estamos a ficar cada vez mais velhos e o nosso progresso económico vai depender da forma como conseguimos assegurar o progresso da nação através de medidas demográficas”, acrescentou, citado pela Bloomberg.

A taxa de fecundidade da Sérvia ronda os 1,52 filhos por mulher mas, segundo os cálculos citados pelo Presidente sérvio, é preciso que esta suba para pelo menos 2,15 só para que se mantenha a população atual.

A mesma taxa em Portugal é ainda menor: 1,42 filhos por mulher, segundo os dados de 2019, os últimos disponíveis.

Além dos pagamentos diretos a quem tenha o primeiro filho, o pacote de medidas propostas inclui, também, apoios às famílias com mais filhos e incentivos a que os casais mais jovens possam continuar a estudar nas faculdades caso sejam pais enquanto ainda estão a estudar.

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Esta em cima da mesa a possibilidade, também, de serem dados apoios públicos – que podem chegar ao equivalente a quase 20 mil euros – para que jovens casais comprem casa e tenham filhos.

A Sérvia tem 6,9 milhões de pessoas, com uma mediana de idades de 42 anos – uma das mais elevadas da Europa mas que, ainda assim, é inferior à portuguesa (mais de 46 anos).

Os valores oferecidos às famílias, no âmbito destes planos, são significativos – o salário líquido médio na Sérvia ronda os 410 euros por mês, menos de metade do salário médio em Portugal (1.005 euros, segundo a Pordata, para trabalhadores por conta de outrem).

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