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Formiga diz adeus à seleção 26 anos e 7 mundiais depois. Mãe Celeste superou medo de voar e foi à bancada pela primeira (e última) vez

Este artigo tem mais de 2 anos

Na primeira "Copa do Mundo", as brasileiras jogaram com as camisolas do tetra de Romário e companhia. 234 jogos depois, Miraildes diz adeus à seleção canarinha. Foi a sete Jogos Olímpicos.

Formiga jogou cerca de 20 minutos na despedida da seleção | Instagram da seleção brasileira de futebol feminino
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Formiga jogou cerca de 20 minutos na despedida da seleção | Instagram da seleção brasileira de futebol feminino

Formiga jogou cerca de 20 minutos na despedida da seleção | Instagram da seleção brasileira de futebol feminino

A brasileira Miraildes Maciel Mota nasceu em Salvador, Bahia, há 43 anos. Se o nome não diz nada, talvez a alcunha Formiga faça lembrar várias façanhas a quem acompanha o futebol no seu todo. Do bairro de Periperi até à seleção brasileira de futebol feminino demorou apenas 17 anos e foi da seleção canarinha que se despediu na passada noite de quinta-feira, 26 anos depois da estreia. O adeus de Formiga à seleção que conheceu durante toda a vida de futebolista aconteceu frente à Índia, no Torneio Internacional de Manaus, no Brasil, numa vitória por 6-1. Formiga saiu do banco, jogou cerca de 20 minutos e esteve perto do golo, mas não conseguiu assinalar com um remate certeiro o seu último jogo com a camisola… que desta vez não é emprestada.

É que no Mundial de 1995, o segundo de sempre do futebol feminino, na Suécia, o Brasil, que não passou da fase de grupos, não tinha praticamente apoios para as suas jogadoras, que nem equipamentos próprios tinham. Assim, a situação foi salva com a reutilização das camisolas usadas por Romário, Bebeto, Dunga e companhia no Mundial de 1994, nos EUA, em que o Brasil chegou ao famoso tetra. As camisolas não ajudaram ao jogo jogado, mas estava dado o mote para uma carreira ímpar de Formiga.

É que desde 1995 até esta despedida, Formiga participou em todos os Mundiais e todos os Jogos Olímpicos. O resultado? É a única futebolista (entre homens e mulheres) a participar em sete Copas do Mundo, entrando em campo também em sete Jogos Olímpicos. A nível de olimpíadas, participa desde Atlanta 1996, nos EUA, e partilha com o velejador Robert Scheidt o topo da lista de atletas brasileiros com mais participações. Dos Jogos trouxe a prata por duas vezes, em Atenas 2004 e Pequim 2008.

E se nos Mundiais conseguiu apenas um vice-campeonato em 2007 e um terceiro lugar em 1999, é bicampeã da Copa América (2014 e 2018) e vencedora por três vezes dos Jogos Pan-Americanos (2003, 2007 e 2015). Antes do título alcançado em 2018, Formiga ensaiou uma retirada da competição internacional em 2016, aos 38 anos, precisamente no Torneio Internacional de Manaus. Depois de desistir da ideia, foi à Copa América com o clássico número 8 para conseguir mais um troféu.

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Na noite da passada quinta-feira, a treinadora de Formiga foi Pia Sundhage, selecionadora brasileira e adversária da brasileira no tal Mundial de 1995, quando a anfitriã Suécia perdeu com o Brasil (0-1). A jogadora da Bahia não saiu do banco nesse encontro de há 26 anos, mas não deixa de ser uma despedida que soa definitivamente a um ciclo fechado, até por esse reencontro com a sueca culminar no seu adeus.

Após a vitória por 6-1, todas as colegas de equipa abraçaram a centrocampista, que além de uma placa comemorativa e de homenagem da seleção brasileira, teve ainda direito a rosas entregues pela (também) craque brasileira Marta, companheira na seleção durante vários anos. E Formiga, durante os seus anos, segundo dados da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), jogou 234 vezes pela seleção, marcando 37 golos durante a caminhada.

Estavam cerca de 3500 pessoas nas bancadas para aplaudir a despedida de Formiga, mas uma era, não descurando os fãs, a mais importante de todas: Celeste, a mãe da atleta.

Foi a primeira (e última) vez que Celeste esteve na bancada para ver a filha Miraildes jogar, superando o medo que tem de voar de avião. “Obrigada, minha mãe, por ter enfrentado o medo de entrar num avião. Sou grata à senhora por tudo, a senhora deu-me a chance de estar aqui hoje. Tenho nem palavras, de verdade. Para mim foi um dos maiores presentes ter minha mãe aqui nesse momento, vivendo isso. Eu sonhei tantas vezes com esse momento, e ele chegou. Comprei passagens tantas vezes, e ela sempre me enrolando”, disse Formiga, que desejou ainda que Celeste possa ter “anos e anos” para a poder “acompanhar fora das quatro linhas”.

Formiga disse ainda que quer “continuar a ajudar” as atletas da seleção brasileira, até porque as jogadoras “que passam por tantas dificuldades no Brasil”.

Após dar as flores, a colega Marta disse que o “futebol feminino tem muito para agradecer” a Formiga. “Obrigada por tanto e parabéns pela belíssima carreira! Feliz e grata por ter feito parte da sua história”.

E segundo a CNN, nem rei Pelé faltou à festa, enviando uma mensagem: “Formiga, minha querida, queria dar-lhe os parabéns do fundo do coração. Parabéns e viva o nosso Brasil”.

Formiga deixa a seleção, mas continua ainda no São Paulo, clube onde arrancou com uma grande carreira no início dos anos 90, e que disputa ainda o título paulista. Para finalizar, Miraildes Maciel Mota, de 43 anos, após 26 de seleção, disse: “Obrigada a todas vocês. Boa sorte no torneio e não esqueçam: compromisso com o trabalho, sempre. O poder, agora, está nas vossas mãos”.

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