O presidente do CDS-PP considerou esta sexta-feira possível uma coligação pré-eleitoral com o PSD para as eleições legislativas de janeiro, afirmando que essa é uma hipótese que está “em cima da mesa” independentemente de quem seja eleito líder social-democrata.

A possibilidade de uma coligação pré-eleitoral está naturalmente em cima da mesa, qualquer que seja o desfecho das eleições diretas no PSD” que são disputadas no sábado, afirmou, em declarações aos jornalistas antes do Conselho Nacional desta sexta-feira , que decorre por videoconferência.

Francisco Rodrigues dos Santos disse que irá aguardar “serenamente até haver uma clarificação” quanto ao novo presidente do PSD, mas apontou que o candidato Paulo Rangel “disse que por princípio defendia uma candidatura autónoma do PSD, mas não excluiu liminarmente a possibilidade de haver uma coligação pré-eleitoral”.

Depois, o líder centrista foi confrontado com o facto de o presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, ter indicado que a “opinião dominante” na última reunião da direção foi de que o partido deve ir sozinho às próximas eleições e não fazer uma coligação com o CDS-PP.

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“O doutor Rui Rio deu uma entrevista ainda esta semana em que disse que, se fosse eleito líder do PSD, ia levar à Comissão Política Nacional a proposta de coligação com o CDS. E foi o próprio doutor Rui Rio que também já esclareceu que não houve nenhuma deliberação da Comissão Política Nacional do PSD a esse respeito. O que disse foi que auscultou algumas das figuras presentes naquela reunião e algumas delas expressaram-se negativamente perante essa possibilidade”, afirmou Rodrigues dos Santos.

O presidente do CDS-PP assinalou que as duas forças políticas decidiram coligar-se nos Açores e também em muitos municípios nas eleições autárquicas.

“Nesse sentido, é natural que, perspetivando as eleições legislativas, o cenário de coligação estivesse em cima da mesa, como está. Eu coloco-o, assim como o doutor Rui Rio o coloca, mas ainda não há uma decisão quanto à efetividade dessa coligação, o que só ocorrerá depois de esclarecidas as eleições internas do PSD”, disse.

Mas garantiu que “o CDS está preparado para ir sozinho a eleições legislativas” e que a direção está a fazer o que lhe compete “para que o partido tenha um bom resultado”.

“Já demos tiro de partida para construção do compromisso eleitoral, esta sexta-feira aprovaremos também os critérios de designação dos candidatos a deputados e não estamos à espera de eleições internas nos outros partidos, como é o caso do PSD”, acrescentou.

Na declaração aos jornalistas, na sede do partido, em Lisboa, o líder centrista foi questionado também sobre o anúncio do eurodeputado Nuno Melo (com quem iria disputar a liderança do partido no congresso que esteve marcado para este fim de semana, mas foi adiado) de que não irá participar no Conselho Nacional desta sexta-feira e o apelo para que outros conselheiros façam o mesmo.

Francisco Rodrigues dos Santos considerou que os conselheiros “têm a liberdade de comparecer e não comparecer nas reuniões do órgão” e mostrou-se convicto de que este Conselho Nacional “será muito mais participado do que a maioria dos conselhos nacionais das lideranças que precederam”.

E defendeu que tem sido “marca deste mandato” a “adesão expressiva dos delgados ao Conselho Nacional, como há muito e muito tempo não havia registo no partido”.

E desvalorizou as ausências entre a sua oposição: “Não será certamente pela falta de uma pequena minoria do nosso partido que este Conselho Nacional não será plenamente realizado do ponto de vista democrático e não terá um largo quórum deliberativo”, salientou.