O presidente do CDS-PP agradeceu o trabalho desenvolvido pelos deputados do partido que esta sexta-feira se despediram do parlamento, mas salientou que a sua direção quer apostar num “novo friso de protagonistas que refresquem a representação” centrista no parlamento.

Numa conferência de imprensa que antecedeu a reunião do Conselho Nacional marcada para as 21h00, Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado sobre os discursos de despedida do líder parlamentar do CDS, Telmo Correia, e dos deputados Cecília Meireles e João Almeida, que já anunciaram que não integrarão as listas para as eleições legislativas de 30 de janeiro.

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“Tenho a agradecer a todos os deputados do CDS-PP o contributo que deram ao país, através do seu partido, ao longo de muitos anos na Assembleia da República, para traduzirem os nossos valores em propostas concretas que melhorassem a qualidade de vida das famílias e das empresas”, afirmou o líder.

Francisco Rodrigues dos Santos elogiou também “a forma elevada com que sempre representaram o partido num órgão de soberania de capital importância para a vida dos portugueses como é a Assembleia da República”.

Já questionado se conta com algum deles para o futuro, o presidente do CDS-PP ressalvou que “é uma decisão que não compete ao presidente do partido”.

Ao admitir que soube “pela comunicação social da intenção desses mesmos deputados em não continuarem nessas funções no futuro”, Rodrigues dos Santos disse encara essa decisões “com alguma naturalidade”.

“É normal que haja renovação, que haja refrescamento, que haja oportunidades para novos protagonistas dentro do partido, até porque alguns deles são deputados há 30 anos, outros há 20 e outros há 15 anos”, defendeu.

E lamentou que os deputados tenham anunciado publicamente a sua decisão não regressar à Assembleia da República antes da aprovação dos critérios de designação dos candidatos do CDS.

Eu limito-me a respeitar o veredicto que tornaram público, sendo certo que só depois da aprovação dos critérios que será feita hoje [sexta-feira] em Conselho Nacional é que eu iniciarei conversas dentro do próprio partido para selecionar os candidato do partido às próximas eleições legislativas”, salientou.

Quanto apresentou aos jornalistas os critérios de designação dos candidatos que integrarão as listas do partido às eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que “a designação destes candidatos deve obedecer a princípios da renovação e de abertura à sociedade, e respeitar as regras da paridade”.

“Queremos apostar também num novo friso de protagonistas políticos que refresquem representação política do CDS no parlamento”, salientou.

O líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, e os deputados Cecília Meireles e João Almeida despediram-se da Assembleia da República, agradecendo o “privilégio” e a “honra” de terem sido eleitos.

Os três deputados, que em 2019 integraram as listas escolhidas pela então líder, Assunção Cristas, manifestaram apoio a Nuno Melo na corrida à liderança que seria disputada no congresso agendado para este fim de semana, mas entretanto cancelado e adiado para depois das legislativas.

Na proposta de critérios para a escolha de candidatos a deputados, a direção de Francisco Rodrigues dos Santos mantém maioritariamente o que vigorou em 2019, querendo que seja a Comissão Executiva (órgão mais restrito da direção), a propor os cabeça de lista aos 18 círculos eleitorais do continente, bem como os três nomes seguintes em Lisboa e os dois no Porto.

Caberá às estruturas distritais “propor e ordenar os restantes candidatos” e no caso dos círculos da Madeira e Açores serão os respetivos órgãos regionais a propor os candidatos a deputados.

A escolha deverá recair “sobre personalidades de reconhecido mérito e idoneidade, com ligação ao círculo pelo qual se candidatam, e que não se encontrem em situação de incompatibilidade, impedimento ou de inelegibilidade”.

Depois de indicados os nomes, compete ao Conselho Nacional — órgão máximo entre congressos — a aprovação das listas.