O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel desvalorizou esta quinta-feira, em Leiria, as sondagens que dão Rui Rio como melhor candidato a primeiro-ministro, e lamentou a falta de debate com o atual líder social-democrata.

As sondagens são sondagens. No que vimos nas eleições autárquicas, elas falham muito e, muitas vezes, aqueles que estão com sondagens menos boas são os que ganham as eleições. Isso é um fator que não deve deixar de ser tido em conta. Sabemos perfeitamente que houve sondagens feitas e apresentadas à última da hora nas eleições autárquicas e que falharam rotundamente”, disse Paulo Rangel, depois de um encontro com militantes em Leiria.

Segundo uma sondagem da Pitagórica divulgada pela TVI, o PSD teria melhor resultado nas legislativas de janeiro se fosse o atual presidente do partido social-democrata, Rui Rio, o líder.

Sondagem. PS continua à frente, mas PSD de Rio aproxima-se. Com Rangel, sociais-democratas podiam cair para mínimo histórico

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O candidato lamentou ainda que “não tenha havido debates” com Rui Rio. “Era importante ter havido um ou dois debates entre os dois candidatos e isso contribuiria para um maior esclarecimento dos nossos militantes”, criticou.

Adiantando que esteve em todos os distritos de Portugal, Paulo Rangel afirmou ter feito uma “campanha com humildade democrática”.

Para o candidato, os militantes do PSD vão “avaliar” os últimos dois anos do mandato de Rui Rio e o projeto que apresenta. “No meu projeto existe uma diferenciação muito clara: somos alternativa ao PS. Queremos que o PSD seja uma alternativa forte, com ambição, crie esperança e seja capaz de criar riqueza para combater a pobreza”, afirmou.

Do outro lado o que vemos é uma certa tolerância, por vezes, até cooperação e colaboração, e total disponibilidade para ser um complemento do PS”, acrescentou.

Criticando as políticas do Governo socialista liderado por António Costa, a quem atribui a responsabilidade de Portugal caminhar para ser o “carro vassoura da União Europeia”, Paulo Rangel afirmou que há “falta de liderança” e “falhas de organização graves” no Ministério da Saúde e na Direção-Geral da Saúde (DGS) na segunda fase da vacinação.

Não há dúvida que a liderança e a comunicação do vice-almirante Gouveia e Melo foi decisiva. Nessa altura até fui criticado por membros do Governo a dizerem que não era. Pois bem, quando a vacinação ficou entregue apenas e só à ministra Marta Temido e à DGS, a vacinação falhou e derrapou”, constatou.

Confrontado sobre o pedido de desculpa da ministra Marta Temido sobre as declarações da própria em relação aos profissionais de saúde, Rangel afirmou que “no mínimo era preciso um pedido de desculpas”.

Emocionada, Marta Temido pede desculpa pelo que diz ser um “mal-entendido” sobre médicos “resilientes”

“Isto revela uma grande falta de sensibilidade em qualquer caso. Já no verão, o primeiro-ministro tinha dito que os médicos eram cobardes e agora foi esta ideia de que não têm resiliência suficiente”, disse.

Paulo Rangel acrescentou que “o Governo quando percebe que os médicos estão em colapso, em vez de verdadeiramente tentar resolver as causas desse colapso, procura pôr a culpa das falhas nos médicos“.

“Isso é uma coisa que é lamentável. Aceito as desculpas, mas as causas verdadeiras desta situação continuam a ser as urgências em colapso, os médicos que estão esgotados e o Governo nada fez para precaver essa situação e para a resolver”.

As eleições diretas para escolher o próximo presidente do PSD realizam-se no sábado e, além de Paulo Rangel, é candidato o atual presidente do PSD, Rui Rio.