A um mês do Natal, as associações norte-americanas de árvores de natal estão preocupadas: uma miríade de problemas, incluindo dificuldades na importação, os preços dos combustíveis, os incêndios florestais e o preço das matérias-primas está a causar o receio de que não haja árvores de natal suficientes para a época festiva de 2021.

Segundo o jornal The Guardian, as notícias em torno de todas estas contrariedades levaram as ditas associações a tentar serenar os ânimos. “O Natal não vai ser cancelado“, disse em comunicado a American Christmas Tree Association, associação que representa o setor das árvores de natal de plástico — e cujo preço poderá quadruplicar em relação ao 2020.

Por seu turno, a National Christmas Tree Association, que representa o setor das árvores naturais, já veio alertar que os preços poderão estar entre 5% e 10% mais elevados do que no ano passado.

Como se explica, então esta crise das árvores de natal?

No caso das árvores artificiais, a crise do comércio de mercadorias a nível global, profundamente intensificada pela pandemia da Covid-19 (que parou portos, reduziu rotas e levou à queda do número de trabalhadores, expondo fragilidades antigas de um setor fundamental para a economia mundial), está a causar enormes atrasos na entrega de árvores de natal de plástico fabricadas na China. Muitas das entregas, que deviam ter chegado aos EUA através de rotas no Oceano Atlântico, tiveram de ser desviadas para a costa ocidental do país através do canal do Panamá.

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Além de isto fazer o preço de importação das árvores quadruplicar, o tempo de entrega das encomendas poderá duplicar, estima aquela associação.

O The Guardian lembra ainda que, em 2020, 94 milhões de casas norte-americanas acolheram uma árvore de natal: 85% eram artificiais e 15% naturais.

Este ano, a falta de árvores artificiais poderá levar os americanos a voltarem-se para as naturais — mas esse setor enfrenta os seus próprios problemas. O porta-voz da National Christmas Tree Association, Doug Hundley, disse ao The Washington Post que os preços poderão subir consideravelmente devido aos graves incêndios que no último ano devastaram uma grande parte do nordeste dos EUA — onde são produzidos 25% das árvores de natal naturais do país.

Os incêndios baixaram o stock da região em cerca de 10% — cerca de 500 mil árvores a menos.