A coordenadora do BE avisou neste sábado que o “plano B” do PS, caso não consiga maioria absoluta nas legislativas, será um “bloco central, formal ou informal”, defendendo que o reforço da esquerda travará “a derrapagem para o pântano político”.

No encerramento do encontro nacional do BE, que aprovou na generalidade o programa eleitoral com o qual o partido se apresenta às eleições legislativas de 30 de janeiro, a líder bloquista, Catarina Martins, defendeu que “a chave para desbloquear Portugal reside na força da esquerda”.

“Se a maioria absoluta é o plano A do PS, o seu plano B parece ser um bloco central, formal ou informal. Essa deriva indica que, para se manter no poder e continuar a bloquear as respostas necessárias ao SNS ou à estagnação salarial, António Costa estará disponível a sentar-se à mesa com Rui Rio ou Paulo Rangel para entendimentos cujo significado na vida das pessoas depois de janeiro se conhecerá”, argumentou.

Na perspetiva de Catarina Martins, “se o país já não suporta mais os anúncios sempre repetidos e sempre inconsequentes, seguramente dispensa um acordo de bloco central que impeça qualquer mudança”.

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“O país conhece os perigos de maiorias absolutas como as que viveu com Cavaco Silva ou José Sócrates. E sabe que uma viragem para um bloco central, só pode traduzir-se num regresso à agenda privatizadora, a começar pelos serviços públicos”, alertou.

Para a bloquista, “é o reforço da esquerda que trava a derrapagem para o pântano político e para a estagnação social”.

A coordenadora bloquista acusou ainda o PS de ter feito uma “viragem política” quando recusou o acordo com o BE a seguir às legislativas de 2019 que, “além de enterrar a geringonça, abriu uma rota de aproximação à direita”.