O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, estima que o Natal de 2021 represente uma recuperação para vários setores da economia portuguesa depois da pandemia da Covid-19, superando não apenas o Natal de 2020, mas também o de 2019, a última época festiva antes da pandemia.

Em entrevista ao programa “Conversa Capital”, do Jornal de Negócios e Antena 1, João Vieira Lopes sublinhou que os setores tradicionalmente associados às compras de Natal, incluindo o vestuário, o calçado e outros, só por uma “catástrofe” pandémica não teriam um volume de compras superior ao de 2019.

“A não ser que exista alguma catástrofe em termos de evolução da pandemia, há a expectativa de que este Natal possa mesmo superar o de 2019”, disse João Vieira Lopes, acrescentando que o crescimento, em alguns setores, poderá ficar “na casa dos 5% a 10%“.

Na mesma entrevista, o presidente da CCP comentou as medidas de combate à pandemia recentemente anunciadas pelo Governo, que incluem uma semana de contenção de contactos em janeiro com teletrabalho obrigatório e adiamento do regresso às aulas.

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As medidas são um pouco na linha do que estávamos à espera”, disse João Vieira Lopes.

Parecem-nos medidas não fundamentalistas, se bem que sabemos que hoje em dia a saúde pública tem a sua situação, evolução por saltos. Há uma certa navegação à vista. Mas, neste momento, para os números atuais, parecem-nos razoáveis. Se só ficarmos por aqui, penso que é bom para todos nós. A nossa grande preocupação é claramente este Natal — este Natal é um Natal muito importante em termos de recuperação para muitas empresas — e se a situação se agravará mais ou não. Há aqui bastantes incógnitas”, acrescentou.

João Vieira Lopes reconheceu que o recente aumento do preço do petróleo encareceu os produtos e a logística, o que se tem refletido no aumento dos preços.

O presidente da CCP fez também uma antevisão do que as empresas esperam do próximo Governo, que deverá resultar das eleições de janeiro, apelando a um futuro governo que dê relevância às empresas e à necessidade de reforçar o tecido empresarial — uma vez que a produção de riqueza é essencial para o aumento de salários.