O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel afirmou esta sexta-feira ser com “dever cumprido” que encerra a campanha e que cabe agora aos militantes decidir se querem um partido como “alternativa forte” ou uma “espécie de suplemento do PS”.

“É com o sentimento de dever cumprido que chegamos aqui hoje”, afirmou Paulo Rangel.

Paulo Rangel, que encerrou a campanha à presidência do PSD na Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), no Porto, salientou que sábado, os militantes do PSD vão tomar uma decisão na qual “está em causa uma verdadeira opção estratégica e fundamental”.

Saber se queremos que o PSD seja uma alternativa forte, clara, credível à governação socialista dos últimos seis anos ou seja uma espécie de suplemento do PS em verdadeiro tempo de eleições legislativas”, observou.

A escolha dos sociais-democratas será, salientou o candidato à presidência do partido, “clara entre dois caminhos”: o do PSD que “se quer afirmar como força liderante por si” ou do que “parte para estas eleições já a dizer que aconteça o que acontecer está de braços abertos para cair no aliciamento socialista”.

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Defendendo querer para o país “uma visão alternativa a estes seis anos de declínio, estagnação e paralisia“, Paulo Rangel lembrou, dando o exemplo de António Guterres e José Sócrates, que está “na hora de [o PS] ir embora”.

“O PS governa sempre em ciclos de seis anos”, afirmou, criticando o primeiro-ministro, António Costa, e o Governo socialista “por não ter sido capaz de reduzir a dívida pública”, levar o Sistema Nacional de Saúde (SNS) ao “colapso e rutura” e deixar o processo de vacinação contra a Covid-19 “derrapar rapidamente” após a extinção da task-force e consequentemente, saída do vice-almirante Gouveia e Melo.

“A degradação da governação é culpa de António Costa e do PS. Não sou dos que os desculpo como faz Rui Rio com a esquerda radical. Eles [socialistas] governaram com a esquerda radical porque escolheram”, afirmou.

Rangel disse ainda fazer-lhe “espécie” a abertura do atual líder do PSD e também candidato à presidência do partido para “tudo negociar com o PS depois das eleições”, quando António Costa “optou por fazer acordos com o PCP e o BE”.

“António Costa rejeitou e sempre com arrogância e frases humilhantes, a colaboração ou os acordos, agora, por milagre, vai aparecer uma versão glico doce de António Costa que é o melhor amigo do PSD”, criticou.

Da criação de riqueza à reforma na justiça, passando pela formação profissional, os fundos europeus, a edução e a reforma fiscal, Paulo Rangel defendeu que o país precisa de “uma alternativa de esperança e confiança”.

“O PS falhou. Nós não fizemos o que estava ao nosso alcance para mostrar esse fracasso. Agora, diante da proximidade das eleições legislativas, temos de saber se queremos apresentar a alternativa que possa fazer as pessoas sonhar e acreditar numa vida melhor”, acrescentou.

Rui Rio e Paulo Rangel disputam no sábado o cargo de presidente do PSD em eleições diretas, depois de uma campanha interna que se transformou numa antecâmara para as legislativas, convocadas a meio do processo eleitoral no PSD.

A campanha foi feita de modo muito diferente pelos dois candidatos: enquanto o eurodeputado Paulo Rangel apostou nos tradicionais encontros por todo o país com militantes, o presidente do PSD anunciou que iria abdicar de fazer campanha como candidato, concentrando-se na oposição ao PS, e recusou debates com o seu opositor, por considerar que só beneficiariam os socialistas.

Cerca de 46.000 militantes do PSD estão em condições de votar nas eleições diretas do próximo sábado, com quatro distritais a concentraram mais de metade dos votos: Porto, Braga (que ultrapassou Lisboa no número de votos potenciais), Área Metropolitana de Lisboa e Aveiro, seguidas pela Madeira, com mais de 2.700 militantes inscritos.

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