A comissão técnica de vacinação contra a Covid-19 vai recomendar a vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos,  revelou o comentador da SIC Luís Marques Mendes, no habitual espaço de comentário.

“A decisão ainda não está tomada, mas vai ser tomada”, disse o social-democrata, que reconhece divergências entre os pediatras. Aliás, de acordo com o Expresso deste sábado, os peritos que pertencem ao grupo de trabalho que apoia a Direção-Geral da Saúde (DGS) na vacinação contra a Covid-19 de menores de idade estão contra a imunização das crianças dos 5 aos 11 anos.

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Ainda assim, o parecer que conta para a DGS é o final, feito pela Comissão Técnica de Vacinação, que segundo Marques Mendes dará aval positivo. Serão abrangidas 643 mil crianças, sendo que as doses são mais pequenas do que as dos adultos. “Claro que as crianças não são as mais afetadas pelo vírus, mas são transmissores, e o vírus está cada vez mais a incidir sobre as crianças”, argumenta.

Sobre o estado da vacinação, realça que “estamos a melhorar” o ritmo. Acima dos 80 anos, já 490 mil pessoas receberam a dose de reforço, o que representa 73% do total elegível. Mendes considera ainda “muito provável” que a dose de reforço chegue aos adultos com menos de 65 anos, mas dependerá de um parecer da comissão técnica de vacinação. A avançar, será depois da terceira dose aos maiores de 65 anos, depois da segunda dose aos vacinados da Janssen e após a vacinação das crianças.

O ex-presidente do PSD critica, porém, que ainda não haja data nem decisão para a vacinação com a terceira dose dos adultos com menos de 65 anos e comorbilidades, que foram prioritários na primeira fase. “A DGS ainda não tomou uma decisão sobre esta matéria. É difícil compreender que não continuem a ser prioritários.”

Rui Rio parte “profundamente reforçado”

Sobre a vitória de Rui Rio frente a Paulo Rangel nas diretas do PSD, Marques Mendes descreve o discurso do presidente reeleito como “acutilante e assertivo”, enquanto o adversário mostrou “dignidade e humildade”. Rui Rio teve uma “grande vitória porque ganha ao aparelho e às expectativas“.

Para o comentador, um dos principais fatores a contribuir para a vitória de Rio foi o gosto pelo “poder” dos militantes do PSD. “Quando são chamados a votar — em particular quando estamos em cima de eleições  —votam normalmente naquele que lhes dá mais garantias de chegar ao poder”, diz.

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Além disso, as “sondagens pesam muito” — e davam vantagem a Rio, que “aproveitou” a onda das eleições antecipadas. Porém, considera Mendes, num cenário sem eleições, em que a escolha fosse para líder da oposição, “provavelmente seria Rangel” o vencedor. “Rio teve o talento de realçar que não se está a escolher o líder da oposição, mas o candidato a primeiro-ministro.”

Marques Mendes defende, por isso, que Rio “parte agora profundamente reforçado“. “Mesmo que perca as eleições sai a ganhar, ninguém vai exigir a sua saída ou demissão” caso não ganhe a Costa, sublinha.

Já sobre o congresso do Chega, defende que André Ventura é “uma pessoa com talento, goste-se ou não” e é “habilidoso”, “como o primeiro-ministro”, António Costa. Mendes aponta outra caraterística ao líder do Chega: o tacitismo. “Quer coligar-se, mas ao mesmo tempo encosta o PSD à esquerda para ganhar a direita.” Além disso, o comentador da SIC tem duvidas de que Ventura consiga atingir a meta de 15% dos votos nas legislativas, até porque as eleições serão, na sua opinião, “muito bipolarizadas”.

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Nas eleições de janeiro “vai estar tudo em aberto”. “O primeiro-ministro deve estar neste momento bem arrependido de não ter feito no verão uma remodelação. Vai para eleições com um Governo em grande medida cansado.”