Ainda não há sinais de transmissão comunitária da Ómicron, a nova variante do coronavírus detetada originalmente na África do Sul que já infetou 13 pessoas em Portugal (todas jogadores do Belenenses SAD), mas “é possível” que venha a acontecer. Em entrevista ao Público na segunda-feira à noite, a diretora-geral da saúde, Graça Freitas, afirmou que as infeções associadas à variante Ómicron estão associadas a um surto em local de trabalho, mas que a investigação ainda é “muito precoce”.

“É impossível prever se haverá disseminação comunitária ou não”, disse a líder da Direção-Geral da Saúde (DGS) ao Público: “Os casos identificados até agora foram detetados num contexto particular, num meio laboral, e é possível que se criem ligações, mas ainda não se pode dizer que há disseminação comunitária”, descreveu Graça Freitas.

Questionada sobre se a nova variante vai exigir mais medidas para a travar, a diretora-geral da saúde recusa, para já, que as regras impostas a partir desta quarta-feira venham para ficar à conta da Ómicron. Por enquanto, as autoridades de saúde tencionam intensificar a testagem (algo que já estava previsto desde o último Conselho de Ministros) e, no caso do surto no Belenenses SAD, aprimorar os inquéritos epidemiológicos para  alargar a rede de contactos dos casos positivos.

Graça Freitas não quis avançar ao Público quantas pessoas estão em isolamento profilático na sequência do surto no Belenenses SAD, mas aponta para “algumas dezenas de pessoas” que contactaram com os 13 casos positivos. E assegurou que os atletas que entraram em campo no jogo contra o Benfica não tinham indicação para isolamento porque não tinham contactado diretamente com um dos casos positivos: “É diferente ter contacto com um doente e ter contacto com um contacto de um doente”, argumentou.

Belenenses SAD-Benfica. Delegado de saúde soube na véspera do jogo que atleta tinha estado na África do Sul, mas não isolou jogadores

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