O jogador de golfe Tiger Woods anunciou que “nunca mais” vai regressar à competição a tempo inteiro, na sequência de um acidente de carro que quase o fez perder uma perna. As revelações foram feitas na primeira entrevista concedida pelo desportista após o acidente à revista Golf Digest.

“Aquilo que é realista é participar na tour durante um dia — nunca a tempo inteiro, nunca mais. Escolher alguns eventos por ano, como fazia o senhor Hogan”, afirmou Woods, referindo-se ao golfista Ben Hogan, ex-campeão que continuou a jogar esporadicamente depois de um grave acidente de carro.

Farei treinos a pensar nisso e preparar-me-ei para isso. Acho que é assim que terei de jogar daqui para a frente. É uma realidade infeliz, mas é a minha realidade. E eu compreendo e aceito”, disse Woods.

Tiger Woods, à semelhança de Hogan, teve um acidente de carro em Los Angeles, a 23 de fevereiro deste ano. A colisão foi grave e o golfista fez múltiplas fraturas em dois ossos da perna direita. Agora, na entrevista à Golf Digest, o jogador que ganhou mais vezes a PGA Tour (82 vezes, tantas quanto Sam Snead) admite que nunca mais vai regressar à forma que tinha: “Voltar a escalar a montanha e chegar ao topo já não é uma expectativa realista para mim”.

Na entrevista, Woods confirmou ainda que a gravidade das fraturas era tal que os médicos equacionaram a possibilidade de lhe amputar a perna: “Não diria que havia 50-50 [% de hipótese], mas estava próximo. Não se sabia se ia sair do hospital só com uma perna.” Afastado esse cenário, seguiram-se três semanas de hospitalização e mais três meses de recuperação em casa, acamado. Woods passou depois a usar cadeira de rodas e, finalmente, canadianas.

Um dia depois da publicação da entrevista, Tiger Woods deu também a sua primeira conferência de imprensa desde o acidente, a propósito do torneio de beneficiência que organiza, o Hero World Challenge. Aos jornalistas, o jogador de golfe repetiu algumas das ideias que tinha partilhado com a Golf Digest e deixou ainda uma última mensagem forte: “Tenho sorte por estar vivo. E por ainda ter a minha perna.”

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