A União Europeia (UE), os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá decidiram anunciar, esta quinta-feira, sanções coordenadas contra a Bielorrússia. O Ocidente acusou o regime de Alexander Lukashenko de “ataques aos direitos humanos e às liberdades fundamentais”, levando a cabo “atos de repressão repetidos”.

Num comunicado publicado esta quinta-feira, o Ocidente exigiu ainda que o Presidente bielorrusso “ponha fim imediato à orquestração de migração irregular nas fronteiras da UE”. Além disso, apelam a que o regime de Lukashenko liberte os “900 prisioneiros políticos” e termine “com a campanha de repressão” no país.

“O regime deve ter um compreensivo e genuíno debate com os representantes da oposição democrática e da sociedade civil”, exigem ainda os quatro aliados.

Pelo lado da UE, o Conselho Europeu decidiu impor medidas restritivas a 17 indivíduos próximos de Lukashenko (um dos quais o seu filho) e a 11 entidades, incluindo companhias aéreas (como a estatal Belavia Airlines), operadores turísticos e hotéis que incentivaram a migração ilegal.

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No total, foram sancionados 183 indivíduos, que ficam “sujeitos a uma proibição de viajar” para países dentro do espaço comunitário, e 26 empresas, que serão alvo de congelamento de bens, impossibilitando investimentos por parte de outras entidades europeias.

Numa nota publicada no site, a UE condena o regime de Lukashenko por “colocar a vida das pessoas e o seu bem-estar em risco e colocar as fronteiras da UE numa crise”, numa tentativa de “desviar as atenções da situação na Bielorrússia”, país no qual existe uma “repressão brutal” e também “violações dos direitos humanos”. 

Bruxelas não descarta ainda novas medidas, incluindo contra outros atores económicos, isto “se a situação na Bielorrússia não melhorar”.

Já os EUA, o chefe da diplomacia do país, Antony Blinken, lembra que esta á terceira vez que os aliados agem de forma concertada contra a Bielorrússia, acusando Lukashenko de “desrespeito pelos direitos humanos”.

Num comunicado, Blinken explica que o endurecimento das sanções demonstra “a determinação inabalável de agir face a um regime brutal que reprime cada vez mais os bielorrussos, mina a paz e a segurança na Europa e continua a explorar pessoas que procuram apenas viver em liberdade”.

O Departamento de Tesouro dos EUA anunciou que tem como alvo 20 indivíduos e 12 organizações próximas do regime de Lukashenko, acusados de ter “facilitado a passagem (…) de migrantes para dentro da UE” e de ter “participado em atos de repressão contra os direitos humanos e a democracia”.

O Reino Unido salienta, por seu turno, que estas sanções têm como objetivo “aumentar a pressão a Lukashenko, as instituições estatais e aqueles à sua volta” para tentar “mudar o seu comportamento”, sem comprometer “a população bielorrussa”.