Um avião fretado pelo Governo espanhol saiu esta quinta-feira de Maputo com 122 passageiros, entre os quais 65 espanhóis e 15 portugueses, retidos em Moçambique devido à variante Ómicron do coronavírus, disse esta quinta-feira à Lusa fonte diplomática de Madrid.

A mesma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Madrid acrescentou que estão também a ser transportados cidadãos de outras nacionalidades, principalmente europeus, estando previsto que o avião, que saiu de Maputo cerca das 17h00 locais (15h00 em Lisboa), aterre em Madrid cerca das 03h00 (02h00 em Lisboa) de sexta-feira.

A embaixada de Espanha na capital moçambicana anunciou já esta quinta-feira, em comunicado, um voo de repatriamento de Maputo para Madrid, com 150 passageiros de 15 nacionalidades que estavam retidos em Moçambique devido ao fecho de fronteiras.

Na nota, a embaixada espanhola referiu que o avião partiu de Maputo com espanhóis, moçambicanos e pessoas de outras nacionalidades residentes naquele país, bem como passageiros da União Europeia, “cujos voos foram cancelados”.

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O Governo espanhol decidiu fretar o avião para repatriar turistas e homens de negócios espanhóis retidos em Moçambique com o cancelamento de voos devido à variante Ómicron do coronavírus, detetada na África do Sul.

“Nenhum dos espanhóis vai ficar retido, não vamos poupar tempo nem esforços para os trazer todos de volta a casa”, assegurou o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, na segunda-feira, quando anunciou o voo de repatriamento.

A descoberta da nova variante do coronavírus, identificada como B.1.1.529 e batizada com a letra grega ómicron pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi anunciada na quinta-feira por cientistas e autoridades sanitárias sul-africanas e caracteriza-se por um elevado número de mutações.

Numerosos países em todo o mundo já confirmaram casos desta variante e levantaram restrições importantes aos voos internacionais com a África Austral.

O Conselho de Ministros espanhol aprovou na terça-feira medidas extraordinárias para impedir a propagação e o contágio da nova variante do coronavírus (Ómicron), limitando os voos da África do Sul, Botsuana, Essuatíni (antiga Suazilândia), Lesoto, Moçambique, Namíbia e Zimbabué.

A medida estende-se até 15 de dezembro de 2021, período que poderá ser prolongado, se necessário, em função da evolução da situação e da pandemia de Covid-19, assim como das decisões que possam ser tomadas de forma coordenada na União Europeia (UE).

Com estas limitações, só serão permitidos voos destes sete países que sejam ocupados por cidadãos de Espanha ou do Principado de Andorra, bem como por residentes nestes territórios.

Portugal também limitou os voos com a África Austral e vai começar a realizar voos de repatriamento dos seus cidadãos a partir de sexta-feira.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.223.072 mortes em todo o mundo, entre mais de 262,93 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul, tendo sido identificados, até ao momento, 19 casos em Portugal.