O atual ministro do Interior austríaco, Karl Nehammer, foi esta sexta-feira nomeado como novo líder do Partido Popular Austríaco e, consequentemente, novo chanceler do país, cargo que ainda terá de ser confirmado pelo Presidente, Alexander van der Bellen.

Nehammer foi eleito por unanimidade pela direção do partido, reunida esta sexta-feira de urgência após o ex-chanceler Sebastian Kurz ter anunciado na quinta-feira a sua saída da vida política e, portanto, da liderança do partido.

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Schallenberg, que assumiu o cargo de chanceler em meados de outubro após a renúncia de Kurz como chefe do Governo devido a acusações de corrupção, também renunciou ao cargo na quinta-feira, alegando querer abrir “o caminho do poder a quem assumir a liderança do Partido Popular”.

“Fui hoje [sexta-feira] nomeado por unanimidade pela liderança do ÖVP [sigla do Partido Popular, conservador) como presidente do partido e, consequentemente, como candidato a chanceler”, disse Nehammer, em conferência de imprensa realizada em Viena.

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“Estou extremamente grato, é uma honra e um privilégio que não esperava”, acrescentou.

Nehammer aproveitou para anunciar uma remodelação do Governo, indicando que Schallenberg voltará a ocupar o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, pasta que ocupou até outubro, quando assumiu o Governo, mas que as pastas das Finanças, da Educação e do Interior irão mudar de mãos.

O ministro das Finanças, Gernot Blümel, já anunciou a sua demissão.

No primeiro discurso após saber da nomeação, Nehammer garantiu que a sua intenção é manter a linha seguida pelo Partido Popular no âmbito da coligação governamental com os ecologistas Verdes, iniciada em janeiro de 2020.

O candidato a chanceler adiantou que quer manter um rígido controlo da imigração e avançar com a reforma fiscal para, segundo explicou, reduzir a carga de impostos sobre quem ganha menos, além de garantir que manterá os planos de reforçar o combate às mudanças climáticas.

Além disso, sublinhou que pretende continuar a estratégia de combate à pandemia de Covid-19 na Áustria, onde o baixo nível de vacinação causou uma quarta vaga de infeções e mortes, o que inclui a intenção de impor a vacinação obrigatória a partir de fevereiro.

Sebastian Kurz renunciou ao cargo de chanceler a 9 de outubro, depois da procuradoria da Justiça austríaca ter anunciado que era um dos alvos de uma investigação de suspeita de subornos e abuso de confiança. O ex-chanceler nega ter cometido qualquer crime.