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Nem as dietas de Sérgio resistem à casta de Vitinha (a crónica do Portimonense-FC Porto)

Este artigo tem mais de 2 anos

Conceição está de dieta mas não poderá ter resistido ao perfume da casta de Vitinha: médio foi titular, fez exibição brilhante e marcou um golo, tornando-se crucial na vitória contra o Portimonense.

O jovem médio estreou-se a marcar pela equipa principal dos dragões
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O jovem médio estreou-se a marcar pela equipa principal dos dragões

LUSA

O jovem médio estreou-se a marcar pela equipa principal dos dragões

LUSA

Foi em março, quando o FC Porto foi ao Algarve defrontar o Portimonense. O árbitro Rui Costa assinalou um livre particularmente perigoso à entrada da grande área dos algarvios, Sérgio Conceição e Paulo Sérgio trocaram palavras menos bonitas e a discussão subiu de tom quando Sérgio Oliveira, na conversão da bola parada, colocou os dragões a ganhar. Os dois treinadores foram expulsos, prosseguiram o rol de insultos à entrada do túnel e tiveram de ser agarrados para não chegarem a vias de facto. Nove meses depois, tudo parece estar sanado.

“Se querem que vos diga, o Paulo é dos treinadores com quem mais simpatizo. E isto não é um levantar da bandeira branca, é o que eu sinto. Esse foi um episódio que passou e que com certeza vamos resolver quando tivermos oportunidade. Não num jogo de futebol, em que se vivem muitas emoções, não há tempo para pensar noutras coisas que não seja em sermos o mais competitivos possível e ganhar o jogo. Se me perguntar se guardo alguma mágoa ou sentimento negativo… Não foi bonito, já falei sobre isso, acontece pela Europa fora com grandíssimos treinadores, treinadores que foram campeões da Europa, que têm equipas valiosas. Não deixa de haver essas confusões, que não deviam existir mas que na emoção do jogo até se entendem”, explicou Sérgio Conceição, acrescentando que só não bebia um copo de vinho da paz com Paulo Sérgio por estar “de dieta”.

Ficha de jogo

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Portimonense-FC Porto, 0-3

13.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Portimão, em Portimão

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

Portimonense: Samuel, Moufi, Pedrão, Lucas Possignolo, Fali Candé (Marcus, 80′), Willyan (Lucas Fernandes, 80′), Pedro Sá (Luquinha, 45′), Carlinhos, Aylton Boa Morte, Angulo (Relvas, 80′), Fabrício (Renato Júnior, 71′)

Suplentes não utilizados: Ricardo, Ewerton, Anderson, Imbula

Treinador: Paulo Sérgio

FC Porto: Diogo Costa, Wilson Manafá, Fábio Cardoso, Mbemba, Zaidu (Wendell, 82′), Otávio (Sérgio Oliveira, 79′), Vitinha (Pepê, 79′), Uribe, Luis Díaz (Corona, 82′), Taremi, Evanilson (Grujic, 72′)

Suplentes não utilizados: Marchesín, Bruno Costa, Toni Martínez, Fábio Vieira

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Pedro Sá (45+3′, ag), Vitinha (70′), Otávio (75′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Samuel (45+4′), a Uribe (54′), a Luquinha (59′), a Willyan (77′)

Certo é que, esta sexta-feira, FC Porto e Portimonense voltavam a encontrar-se no Algarve. Os dragões entravam em campo mais de hora e meia antes do apito inicial do dérbi da Luz, entre o Benfica e o Sporting, e tinham por isso a chance de garantir a vitória e saber depois que tinham conquistado pontos a um ou aos dois rivais. No fim de uma semana muito marcada pelas suspeitas do Ministério Público em relação à cúpula do clube de forma geral e a Pinto da Costa de forma particular, levantando indícios de branqueamento de capitais e manipulação de resultados, a equipa de Sérgio Conceição visitava um conjunto algarvio que vinha de três vitórias consecutivas e que estava no sexto lugar da Liga — à beira da zona de apuramento europeu.

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Assim, o treinador do FC Porto não podia contar com João Mário, que se lesionou na última jornada, com Marcano, que foi operado e estará de fora de forma prolongada, com Pepe, que continua indisponível, e ainda com Francisco Conceição, que está a recuperar do problema sofrido ao serviço dos Sub-21. Wilson Manafá era a solução na direita da defesa, para substituir o jovem lateral, enquanto que Vitinha regressava à titularidade no meio-campo em detrimento de Sérgio Oliveira. De resto, mantinha-se a aposta em Luis Díaz, Taremi e Evanilson no ataque, assim como Fábio Cardoso continuava a ser a opção para o eixo defensivo na ausência dos dois centrais teoricamente titulares. Do outro lado, a principal ausência era Nakajima, que não podia ser utilizado por estar cedido pelos dragões.

A primeira parte acabou por comprovar um dado que era fácil de antecipar: o FC Porto nunca tem noites fáceis em Portimão. Os algarvios foram mesmo os primeiros a criar perigo, com Fabrício a obrigar Diogo Costa a uma enorme defesa depois de uma má abordagem de Mbemba (6′), e depressa se percebeu que o Portimonense ia juntar as linhas no meio-campo defensivo para depois explorar a transição rápida e o eventual espaço que podia surgir nas costas da defesa dos dragões. Luis Díaz protagonizou a primeira oportunidade da equipa de Sérgio Conceição, com um remate de longe que Samuel encaixou (12′), mas a verdade é que seria o colombiano, sem qualquer surpresa, o grande dinamizador do ataque do FC Porto.

Com muitos jogadores do Portimonense no caminho da baliza e colocados na faixa central, a velocidade e o rasgo de Luis Díaz tornaram-se essenciais para a mobilidade ofensiva dos dragões. Exemplo disso foi o lance em que o colombiano foi da esquerda para dentro para combinar com Taremi e receber já na direita, atirando cruzado para um enorme corte de Pedrão (13′). No meio-campo, Vitinha ia realizando uma exibição francamente positiva, sendo o eixo sobre o qual giravam todas as dinâmicas do conjunto, enquanto que Taremi estava muito disponível para jogar de costas para a baliza e ser um elemento preponderante na hora do último passe. O FC Porto ia controlando a partida em linhas gerais, com os algarvios a limitarem-se a sair quando tinham mais espaço e em contra-ataque, mas a verdade é que a equipa de Sérgio Conceição não foi capaz de criar muitas oportunidades: Taremi teve um cabeceamento para as mãos de Taremi (21′) e Uribe rematou por cima da trave (39′), com o relógio a aproximar-se do intervalo sem que se adivinhassem golos em Portimão.

Até que, já nos descontos, apareceu o único que podia aparecer. Evanilson foi carregado em falta por Lucas Possignolo à entrada da grande área, Luis Díaz bateu o livre direto rasteiro e por debaixo da barreira e Pedro Sá, com um desvio infeliz, colocou a bola na própria baliza (45+3′). O lance foi o último da primeira parte e o FC Porto ia para o balneário com um resultado francamente positivo, tendo em conta a muralha defensiva montada pelo Portimonense, e já a pensar nos três pontos que o colocavam bem posicionado para assistir ao dérbi sem grandes preocupações.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Portimonense-FC Porto:]

Ao intervalo, Paulo Sérgio fez uma alteração e mexeu no meio-campo, tirando Pedro Sá para lançar Luquinha e procurar exponenciar a capacidade ofensiva da equipa. Ainda assim, e ao contrário do que aconteceu na primeira parte, o primeiro lance de perigo pertenceu ao FC Porto: na sequência de um canto na esquerda, a bola sobrou para Mbemba ao segundo poste e o central rematou de primeira, com Moufi a evitar o golo (48′). Apesar disso, a verdade é que a alteração no setor intermédio do Portimonense fez-se sentir e o jogo estava muito mais equilibrado, tornando-se até partido em certas ocasiões, permitindo aos algarvios soltar a velocidade de Boa Morte e Fabrício quando os dragões abriam algum espaço nas costas da defesa.

Embora mantivesse algum ascendente na partida, o FC Porto não conseguia ter a verticalidade necessária para criar oportunidades. Vitinha ia prolongando a enorme exibição e tomava conta do meio-campo mas tinha dificuldades na hora de descobrir espaços, já que o Portimonense ocupava bem as linhas de passe e não proporcionava muita largura. Fábio Cardoso teve uma boa chance para aumentar a vantagem, com um cabeceamento que passou por cima da trave na sequência de um canto (67′), e os dragões acabaram por conseguir mesmo chegar ao segundo golo com um bonito lance de combinação ofensiva. Luis Díaz recebeu de costas para a baliza na zona central, jogou com Taremi na direita e o iraniano deu em Evanilson, que já na grande área conseguiu assistir Vitinha: o jovem médio tirou três adversários da frente com uma única simulação e rematou cruzado para bater Samuel (70′), estreando-se a marcar pela equipa principal do FC Porto.

Logo depois do golo, Paulo Sérgio lançou Renato Júnior no lugar de Fabrício e Sérgio Conceição respondeu com Grujic, que rendeu Evanilson. Com o Portimonense mais partido, os dragões aproveitaram para fazer xeque-mate: Zaidu recuperou a bola na esquerda, Díaz voltou a combinar com Taremi e o iraniano assistiu Otávio, que à saída de Samuel picou a bola para fazer um chapéu ao guarda-redes e assinar o terceiro golo do FC Porto (75′). Até ao fim, o treinador dos dragões ainda colocou Sérgio Oliveira, Pepê, Wendell e Corona em campo, para gerir a equipa e dar minutos aos menos utilizados, e o resultado segurou-se praticamente sozinho até ao apito final.

O FC Porto venceu o Portimonense no Algarve, segurou a liderança da Primeira Liga e sentou-se no sofá, tranquilamente, para assistir ao dérbi entre Benfica e Sporting e perceber quantos pontos conquista e a que rival ou rivais. Depois de uma semana em que Sérgio Conceição explicou que só não bebia um copo de vinho com Paulo Sérgio porque está de dieta, nem o treinador poderá ter resistido à casta cada vez mais apurada de Vitinha — que foi dos melhores dos dragões, que justificou por completo a titularidade e que fez o primeiro golo pela equipa principal.

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