Há supermercados a limitar o número de autotestes à infeção por SARS-CoV-2 que cada pessoa pode comprar, avançou à Rádio Observador o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, Gonçalo Lobo Xavier. O número situa-se entre os 15 e os 20, dependendo do supermercado. Mas alguns nem sequer têm teste em stock neste momento

Covid-19. “Há pessoas a comprar 50 autotestes de uma vez”. Há roturas de stock em vários supermercados

As farmácias portuguesas já tinham confirmado que estão com falta de stock para os testes rápidos; e que as listas de espera para testagem já vão até depois do Natal. Algumas confessaram ao Observador que, mesmo tendo autotestes em armazém, estão a racioná-los com receio que acabem.

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Autotestes em Lisboa. Há farmácias com falta de stock e listas de espera até depois do Natal

A mesma estratégia está agora a ser seguida nos supermercados, onde alguns clientes chegam a comprar 50 autotestes numa só compra — tanto que algumas lojas passaram a vender 16 mil testes por semana, quando costumavam vender apenas mil. Há pessoas que até já os vendem em plataformas como o OLX: num anúncio detetado pelo Observador, o proprietário vende testes rápidos da Genrui — que incluem “todo o material necessário” e as “instruções de utilizados” — por seis euros a unidade.

Noutro anúncio, vendem-se cinco testes por 20 euros com a garantia de que “estão incluídos os reagentes necessários à execução” da análise e que os testes estão “na listagem de autotestes antigénio SARS-CoV-2 publicada pelo infarmed”.

Noutra publicação no mesmo site, vendem-se testes Covid-19 “de uso profissionável” a 2,30 euros — mas o preço é negociável. O anúncio afirma o teste está “autorizado pela Infarmed” e “permite a emissão de certificado digital”. À venda estão 25 zaragatoas, 25 tubos de extração, 25 cartões de testarem e uma estação de trabalho.

Nos supermercados, o preço costuma ser três vezes inferior e, nas farmácias aderentes, são 100% comparticipados desde 19 de novembro e pelo menos até 31 de dezembro. O problema é mesmo encontrar farmácias ou laboratórios que tenham testes disponíveis e horários livres para efetuar a análise.

Farmácias com “situações pontuais de falha”

A procura de testes à Covid-19 nas farmácias portuguesas originou “algumas situações pontuais de falha para reposição”, assume fonte oficial da Associação Nacional de Farmácias em declarações ao Observador.

Globalmente, e exceção feita a situações “pontuais”, “continuou a haver stock” e espera-se “regularização [total] esta semana”, acrescenta fonte da ANF.