A coordenadora do BE defendeu esta segunda-feira que o voto no partido nas legislativas de 30 de janeiro será “o voto exigente” para “resolver os problemas” do país, garantindo que o Bloco “nunca faltará a soluções para um país melhor”.

O voto no Bloco de Esquerda será esse voto exigente para resolver os problemas, para não fazermos de conta que está tudo bem no país, porque não está. E eu acho que há tanta gente, mas tanta gente que não desiste de Portugal e que sabe que não podemos continuar a adiar as soluções que contam e será com a força de toda essa gente que no dia 30 vá votar e que assuma essa sua responsabilidade de criar soluções que aqui estaremos para no dia 31 as construir”, disse Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) falava em declarações aos jornalistas, após ter visitado a delegação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores.

Referindo-se ao chumbo do Orçamento do Estado, Catarina Martins argumentou que o PS tinha apresentado um documento que “não combatia a especulação imobiliária, não garantia o direito à habitação, que deixava tudo na mesma no trabalho, não fazia nada” pelos trabalhadores que “estão há décadas com salários congelados”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

E a ideia de que a esquerda poderia ser cúmplice da deterioração das condições de vida do país é uma ideia absurda e que toda a gente sabe que quem honra os seus compromissos, como o Bloco de Esquerda, não podia ser cúmplice dessa destruição. Nós aceitámos muitas vezes dar passos mais tímidos do que aqueles que tínhamos proposto, mas porque eram passos nalguma direção para resolver problemas. O que nós nunca aceitámos foi ficar parados a ignorar os problemas e a ver os problemas a agigantarem-se e a população viver cada vez com mais dificuldades”, frisou.

Catarina Martins reiterou ainda que a direita “não trará nenhuma resposta” para os problemas do país.

Segundo vincou, é “uma direita que corta salários, pensões, que destrói serviços públicos que humilha quem trabalha” e “essa nunca será Governo”.

“E, cada voto no Bloco de Esquerda previne um Governo de direita, mas um voto no Bloco de Esquerda também significa que não encolhemos os ombros ao estado do país, que não aceitamos que um salário não chegue para pagar a renda da casa ou a hipoteca da casa, que não aceitamos que os mais jovens não tenham futuro em Portugal, que não aceitamos que seja cada vez mais difícil ter acesso à saúde ou que faltem tantos professores nas nossas escolas”, apontou.

A coordenadora do BE sustentou também que “a direita tenta penalizar o voto à esquerda”, como o PS “também, fazendo uma espécie de uma falsa bipolarização”.

“Mas, sejamos claros, o que conta depois do dia 30 é qual é a maioria que existe no parlamento e aí a direita pode ir ou não coligada que não conta nada. É tudo fogo de artificio. O que conta é mesmo que maioria existirá e quais são os compromissos dos partidos“, sublinhou, reforçando que “cada voto no BE previne um governo de direita”.

Para a coordenadora do BE, “são precisas soluções diferentes e muito mais exigentes para o país”.

“Nós não desistimos de Portugal e, por isso, no dia seguinte nada pode ficar na mesma”, frisou, garantindo que o BE “vai sempre a eleições com muita humildade”.

Após a visita à delegação do IPMA, em Ponta Delgada, Catarina Martins apontou ainda para a “falta” de investimento na Região, referindo que o Bloco de Esquerda introduziu em orçamentos de estado “uma série de investimentos que depois não foram cumpridos”.

“É o veto de gaveta do Ministro das Finanças que é uma gaveta muito grande e que as contratações, as autorizações para concursos não saem e também os investimentos que são sempre adiados, porque ficará melhor numa qualquer conta de défice de Bruxelas. O problema é que estes malabarismos de contas no imediato são prejudiciais para a economia a longo prazo“, criticou.