Portugal continental vai ser afetado a partir de terça-feira por chuva por vezes persistente, agitação marítima forte e vento, efeitos colaterais da passagem da depressão Barra, disse à Lusa a meteorologista Maria João Frada.

A superfície frontal fria que a ela está associada irá aproximar-se a partir de terça-feira e atravessar todo o território até ao fim da manhã de quarta-feira, explica a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA),

“É uma depressão muito pouco cavada, alta no seu centro que está no Atlântico Norte bem a noroeste dos Açores e vai deslocar-se de leste para nordeste em direção às ilhas britânicas. Ela não influencia diretamente o estado do tempo em Portugal continental, mas há alguns efeitos colaterais”, disse.

Associada à depressão, explicou Maria João Frada, está uma superfície frontal fria que vai passar na terça-feira (dia 07) e que tem alguma atividade e vai dar chuva persistente, especialmente nas regiões do norte e centro, principalmente no Minho e Douro Litoral, e vai ser por vezes forte na passagem da frente e acompanhada de trovoadas e intensificação do vento, que será temporária.

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A chuva vai depois estender-se a todos o território do continente.

A ocorrência de precipitação será de neve, em especial na quarta-feira, acima de 1.100/1.200 metros podendo atingir 800/1.000 metros nas serras do extremo norte do território continental.

Os efeitos da depressão vão também fazer-se sentir no mar com o aumento da agitação marítima.

“Vamos ter ondas que vão aumentar gradualmente na costa ocidental a partir de dia 07 [terça-feira] e vão aumentar no final do dia já para aviso amarelo nos distritos do norte e centro a norte do Cabo Mondego com ondas de noroeste com 4 a 5 metros. No dia 08 [quarta-feira] as ondas vão aumentar para 5 a 6 metros, já no âmbito de aviso laranja, com altura máxima que pode atingir os 12 metros”, referiu.

De acordo com a meteorologista, este cenário abrange toda a costa ocidental a norte do Cabo Espichel.

“No dia 9 [quinta-feira] as ondas tendem a diminuir para 4 a 5 metros, mas ainda com aviso amarelo”, disse.

O IPMA prevê também uma intensificação do vento no litoral com rajadas de 60 e a 70 quilómetros por hora e nas terras alta de 85 a 90.

“A intensificação do vento vai dar uma sensação acrescida de frio, vai aumentar o desconforto térmico”, realçou.

Quanto às temperaturas, Maria João Frada adianta que vão descer, mas não tem a ver com a passagem da depressão.

“Depois da superfície frontal, vamos ter o transporte de uma massa de ar polar na quarta-feira já vinda de norte e vamos ter uma descida significativa da temperatura, em especial das máximas e nas regiões do norte e centro e Alentejo que podem atingir os 5 a 8 graus”, contou.

As temperaturas mínimas vão variar entre os 6 e os 10/11 graus Celsius em alguns locais da faixa costeira, no interior norte e centro não ultrapassam os 3 a 4 graus e na Serra da Estrela serão negativas de -1 e -2.

As máximas vão oscilar entre os 10 e os 15 graus, ligeiramente mais altas em alguns locais na faixa costeira (17) e bem inferiores no nordeste transmontano e Beira Alta (entre os 6 e 8) e Serra da Estrela serão inferiores a 5.

“Esta situação é temporária e no dia 9 [quinta-feira] as temperaturas máximas voltam a subir 2 a 5 graus”, disse.