O secretário-geral do PCP previu esta terça-feira que, até às eleições legislativas, “não vão faltar tentativas de vender gato por lebre, nem manobras de chantagem” para alcançar maiorias políticas que mais não são do que “falsas estabilidades”.

“Nestes tempos de campanha eleitoral não vão faltar as tentativas de vender gato por lebre, de ocultar e iludir responsabilidades pela situação do país, como não vão faltar manobras e operações de chantagem”, sustentou Jerónimo de Sousa, na Guarda.

O líder do PCP falava para os militantes que se reuniram no auditório da Junta da Freguesia da Guarda, onde foi feita a apresentação da lista de candidatos às legislativas de 30 de janeiro, na capital de um distrito onde o partido tem “dificuldade em eleger” deputados, mas onde quer “aumentar a percentagem dos votos”.

Com o reforço na CDU é possível responder aos problemas do país, e é essa resposta que pode trazer estabilidade à vida dos trabalhadores e do povo. É dessa estabilidade que precisamos, não da falsa estabilidade das maiorias absolutas que, como a história tão bem demonstra, rapidamente se transforma num inferno de instabilidade na vida de quem trabalha”, apontou.

Jerónimo de Sousa discursou durante 20 minutos, utilizando metade do tempo para apontar os problemas do país “agravados pela direita, a que chamam bloco central” e outros tantos a destacar as conquistas sociais alcançadas “por força” do PCP e da CDU.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O país continua a ser percorrido por assimetrias, desequilíbrios e desigualdades cada vez maiores, isto apesar de recorrentes lágrimas de crocodilo que alguns vertem em nome de um interior esquecido”, argumentou.

Apontou “fragilidades” que a região da Guarda tem, como a “falta de médicos de família, especialistas” numa altura em que se “encerram valências hospitalares”.

O líder comunista criticou as políticas de direita por terem um “particular impacto na vida do interior, com o despovoamento, a desertificação económica, com o magro investimento público e com as dificuldades e custos acrescidos para as micro, pequenas e médias empresas”.

“A continuada afronta das portagens nas autoestradas do interior como a A23 e A25, com a privatização das empresas públicas que assim deixam de dar resposta às necessidades destas populações”, acusou.

Depois, continuou, “volta e meia lá vêm anunciar mais umas ideias” e “uma equipa de missão, mas o que se vai vendo é o contínuo definhar destes territórios, o desaproveitamento do seu enorme potencial, em especial os jovens”.

“É disto que a Guarda e o país precisam, de soluções para os problemas que enfrentamos e esse é o nosso compromisso. (…) Foi esta resposta aos problemas sociais que o PS não quis dar e o PSD não dá”, considerou.

No entender do líder comunista, “o PS atirou o país para eleições porque recusou soluções, preferiu ir para eleições a adotar as soluções de que o país precisa e que o PCP propôs” e “fê-lo porque viu uma oportunidade para uma ambicionada maioria absoluta, explorando os efeitos de uma encenada vitimização”.

Neste sentido, Jerónimo de Sousa terminou afirmando que “o voto na CDU conta para impedir a maioria absoluta que o PS ambiciona e também para impedir o regresso do PSD, sozinho ou com os seus apêndices, atrelados ou ainda de mão dada com o PS” e, no seu entender, “conta como nenhum outro”.

Legislativas: Jerónimo diz que país continua percorrido por assimetrias e desigualdades

O secretário-geral do PCP afirmou esta terça-feira que o país continua a ser percorrido por “assimetrias, desequilíbrios e desigualdades”, apesar das “recorrentes lágrimas de crocodilo” que alguns vertem em nome do Interior esquecido.

Estes e outros problemas do país têm um particular impacto na vida das populações do Interior, a braços com o despovoamento e a desertificação económica, com o magro investimento público, com as dificuldades e custos acrescidos para as micro, pequenas e médias empresas”, afirmou o líder comunista em Tortosendo, Covilhã.

Após voltar à carga com a “continuada afronta” das portagens nas autoestradas do interior, como a A23, o secretário-geral do PCP deu como exemplo, o caso da Dielmar, “atirada para a insolvência, perante a passividade do Governo”.

“Hoje, com os trabalhadores confrontados com a incerteza quanto ao seu futuro e a região mais pobre do ponto de vista do setor produtivo”.

E, perante o cenário da empresa de confeções Dielmar, o líder comunista questionou-se sobre aquilo que os deputados do PS e do PSD, eleitos pelo círculo de Castelo Branco têm feito.

“Têm eles [deputados] contribuído para a denúncia desta situação e para a procura de soluções que a modifique? Ou, pelo contrário, são também eles responsáveis pelas políticas e pelas decisões que criaram todo este quadro de dificuldades, desigualdades e injustiças”, questionou.

Jerónimo de Sousa sublinhou que as populações do interior só terão a ganhar com a eleição de deputados da CDU, “vozes comprometidas” com os interesses das populações e com a procura de soluções que permitam enfrentar os problemas do distrito de Castelo Branco.

“E é esse o nosso compromisso. É nesse objetivo que empenhamos toda a nossa ação, todos os nossos esforços: encontrar e concretizar soluções para os problemas dos trabalhadores, do povo e do país”, sustentou.

No entender de Jerónimo de Sousa, a construção de soluções “é a garantia que os trabalhadores e o povo encontram na CDU”.

Atualizada às 23h42