O embaixador de Portugal em Angola considerou esta terça-feira que a presença do navio hidro-oceanográfico da Marinha Portuguesa “D. Carlos I” constitui “um bom exemplo da diplomacia naval” e que ambos os países “continuam ligados e cooperantes pelo mar”.

Pedro Pessoa e Costa, que visitou o NRP “D. Carlos I”, atracado desde segunda-feira no porto de Luanda com uma força nacional destacada constituída por 52 militares, assinalou a componente especial do navio, sobretudo no ramo da investigação científica.

Acompanhado pela sua delegação, o diplomata português visitou, em mais de meia hora, as várias dependências do navio, foi informado sobre a sua operacionalidade e no final assinou o livro de honra deste navio da República portuguesa.

Todas as visitas que nós temos da Marinha Portuguesa a Angola são muito importantes e simbólicas, porque, na verdade, são um bom exemplo daquilo que é a diplomacia naval, neste caso trata-se de um navio muito especial que é um navio muito mais vocacionado para a área da investigação científica”, afirmou Pedro Pessoa e Costa.

O NRP “D. Carlos I” largou da Base Naval de Lisboa em 18 de outubro passado integrado na Força Nacional Destacada para a Missão Iniciativa Mar Aberto 2021/22, que decorre até janeiro de 2022 com ações de cooperação de índole bilateral e multilateral.

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Durante a sua permanência em Angola está prevista a realização de ações de levantamentos hidrográficos, com sistema sondador multifeixe, no interior e exterior do porto de Luanda entre 6 e 14 de dezembro.

Para Pedro Pessoa e Costa, o levantamento hidrográfico no porto de Luanda constitui também uma forma de cooperação entre as marinhas angolana e portuguesa e para ambos os institutos hidrográficos no sentido de cooperarem e trabalharem de forma conjunta.

“Com a partilha também de boas práticas e de conhecimento científico e tecnológico entre os dois países, o que releva que Portugal e Angola continuam também ligados e cooperantes numa área tão importante que é o mar“, frisou.

A vertente formativa, com a presença do “D. Carlos I” em Angola, foi também sublinhada pelo diplomata português referindo que o seu país “tem estado a fazer é a formação no talento humano angolano“.

“Para que cada vez mais Angola possa fazer o seu trabalho sem necessidade de recorrer sempre a outros, mas Portugal estará sempre disponível para dar o seu contributo”, rematou.

Por seu lado, o comandante da Força Naval Portuguesa para a Missão Mar Aberto 2021/22, Ferreira Moreira, realçou que o levantamento hidrográfico do porto de Luanda, na zona interior e exterior, visa a produção de uma carta de navegação da unidade portuária.

Palestras com a equipa de mergulhadores da Marinha de Guerra de Angola, simulacro de incêndios, com capacidade de transmissão de conhecimentos e de boas práticas, constituem ainda algumas atividades a serem desenvolvidas em Luanda.

Equipado com um sistema de sondagem e por quatro geradores que produzem energia 24/24 horas, o NRP “D. Carlos I” tem capacidade para levantamentos hidrográficos, oceanográficos com multifeixe, para a recolha de amostras de água em grandes profundidades, recolha de amostra de microplásticos e outras.