Pedro Santana Lopes comentou a elaboração das listas do PSD no Conselho Nacional desta terça-feira, comparando a atuação de Rui Rio à de Cavaco Silva em 1985. “Excesso de conciliação, principalmente depois de uma clarificação, seria sinal de fraqueza”, escreveu o antigo primeiro-ministro.

Num post de Facebook intitulado “Precedentes no reino laranja”, o antigo líder do PSD comparou a situação deste Conselho Nacional, em que Rio conseguiu ver aprovadas listas que deixam de fora muitos dos apoiantes de Paulo Rangel, com a das listas elaboradas por Cavaco Silva após ter vencido o Congresso da Figueira, em 1985.

Apoiantes de Rangel falam em “purga”. Rio faz razia de apoiantes do adversário das listas

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Cavaco “tirou das listas vários que se lhe tinham oposto”, relembra Santana, que destaca até o caso do líder da distrital do Algarve à altura (José Vitorino), a quem o líder social-democrata ofereceu “um lugar mais abaixo que sabia de antemão que José Vitorino não poderia aceitar”. Uma estratégia que, para o antigo destacado membro do PSD, foi vencedora: “Mostrou quem mandava. Mês e meio depois ganhou as eleições e ficou lá dez anos”, escreveu Santana.

Rui Rio apresentou as suas listas no Conselho Nacional desta terça-feira, deixando de fora muitos dos apoiantes de Rangel, que falam numa “purga”. Apesar disso, as listas foram aprovadas por 67 votos a favor, com apenas 21 votos contra e 6 abstenções.

Santana Lopes abandonou o PSD para fundar o partido Aliança, mas já no início deste ano desfiliou-se. Emitiu mesmo um  comunicado em que dizia que o futuro da Aliança “só poderá existir” sem ele, argumentando que “é assim por várias razões, sendo a principal a identificação que a generalidade dos portugueses faz” de si com o PSD, partido que também liderou. Candidatou-se como independente à Câmara Municipal de Figueira da Foz e ganhou, onde aliás já tinha estado pelo PSD entre 1997 e 2001.