A Toyota Motor Company é um grupo global, que está representado em praticamente todos os mercados. E nem em todos os países, onde o construtor comercializa os seus modelos, abunda a energia eléctrica ou existe uma rede de postos de carga eficiente, o que desde logo torna pouco interessantes os veículos eléctricos ou híbridos plug-in. Para estes mercados, o que inclui grande parte de África e muitos na Ásia e América Latina, serão os modelos com motor de combustão que continuarão a liderar a ofensiva da Toyota e da sua marca de luxo, a Lexus.

Numa comunicação recente, os responsáveis da Toyota Europa revelaram um plano para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) dos veículos transaccionados no Velho Continente. O objectivo passa por reduzir para 50% as emissões em 2030, para cinco anos depois, em 2035, o corte ser total, ou seja, 100%. O anúncio está longe de surpreender, uma vez que os objectivos anunciados pela Toyota estão, na realidade, em linha com a pretensão de Bruxelas de acabar com a venda de veículos com motores a combustão, electrificados ou não, nos mercados europeus, a partir de 2035.

Enquanto revelava que pretendia respeitar as directrizes europeias, a Toyota esclareceu igualmente que menos 50% de CO2, dentro de oito anos, e menos 100%, dentro de 13 anos, são uma meta exclusiva para a União Europeia. Para os restantes mercados, a gasolina e o gasóleo continuarão a fazer parte da oferta, tanto mais que exigem menores investimentos e permitem maximizar os lucros.

Se bem que a Europa surja como o mercado em que a Toyota vai oferecer uma gama mais limpa de emissões, a realidade poderá ser algo diferente. Primeiro, porque também na China os veículos eléctricos são determinantes, sobretudo para os clientes que circulam nas hiperpoluídas grandes cidades. Segundo, porque se os EUA mantiverem o rumo actual, imposto por Joe Biden, é altamente provável que a Toyota e a Lexus tenham de propor mais e melhores veículos eléctricos do que inicialmente pensaram.

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