A advogada de Marco Pontes, o motorista que seguia ao volante do carro de Eduardo Cabrita a 18 de junho e que na semana passada foi formalmente acusado pelo crime de homicídio por negligência de Nuno Santos, o trabalhador atropelado naquele dia na A6, revelou esta quinta-feira à rádio Observador que vai mesmo requerer a abertura da instrução do processo, cujo despacho de acusação foi tornado público na passada sexta-feira.

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Sandra Santos já tinha admitido, na passada segunda-feira, que estava “a pensar seriamente em abrir a instrução”, apontando para “incongruências do inquérito” e para a existência de “acontecimentos que não foram devidamente vertidos para o despacho de acusação”.

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À agência Lusa, a advogada disse que o seu objetivo é garantir que “nem sequer haja uma pronúncia” de Marco Pontes, que, à data do acidente mortal na A6, “era motorista de uma alta entidade” e estava “em exercício de funções”. “O meu constituinte estava a conduzir uma alta entidade do Estado e estavam integrados numa comitiva de serviço. Esta viatura não cai do espaço ali no meio da autoestrada, estava enquadrada em comitiva oficial, com mais viaturas presentes no acontecimento”, argumentou a representante de Marco Pontes, motorista do ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

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A fase de instrução, facultativa e aberta a pedido da defesa, serve para apurar se existem indícios suficientes para que os crimes por que os arguidos foram pronunciados sejam efetivamente julgados em tribunal. No limite, o juiz de instrução pode decidir que não existem indícios suficientes para uma condenação e decidir que o caso não deve prosseguir para julgamento.