A Universidade do Porto (U.Porto) lamentou esta quinta-feira a morte do especialista em medicina legal José Eduardo Pinto da Costa, considerando que o país “perde um dos mais reputados especialistas” e uma das “principais referências” no ensino e investigação.

O especialista em medicina legal José Eduardo Pinto da Costa morreu na quarta-feira, aos 87 anos.

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“Com este triste desaparecimento, o país perde um dos mais reputados especialistas em medicina legal e a Universidade do Porto uma das suas principais referências no ensino e na investigação em Ciências Médicas”, lamenta a nota da U.Porto, assinada pelo reitor, António de Sousa Pereira.

José Eduardo Pinto da Costa foi professor da Faculdade de Medicina e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto (UP), e diretor do Instituto de Medicina Legal do Porto.

Salientando o “notável percurso académico” enquanto estudante, docente e investigador, o reitor da Universidade do Porto recorda José Eduardo Pinto da Costa como um “dos mais eminentes médicos legistas no nosso tempo”.

“Importa ainda enaltecer a intervenção cívica e o ativismo social do professor José Eduardo Pinto da Costa. Foram muitas e nobres as causas sociais por que lutou, como a violência doméstica, um dos grandes flagelos do nosso país”, observa, manifestando o seu reconhecimento pela “admirável carreira académica, relevante obra científica e empenhada atividade cívica”.

“Este reconhecimento faz-se também em nome dos antigos estudantes da Universidade do Porto, que, como eu, cresceram académica e profissionalmente sob a sua orientação pedagógico científica. O Prof. José Eduardo Pinto da Costa foi um extraordinário pedagogo, distinguindo-se por combinar conhecimento científico com vasta erudição e muito humor“, acrescenta o reitor.

Nascido no Porto, em 3 de abril de 1934, José Eduardo Pinto da Costa, irmão mais velho do presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, inscreveu-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que frequentou até 1960, ano em que concluiu a licenciatura com a tese “Morte por Ação do Óxido de Carbono”, classificada com 18 valores e citada na revista da Interpol, segundo a biografia disponível na página de antigos estudantes ilustres da U.Porto.

Nomeado professor assistente em 1961, passou a professor auxiliar, depois a professor associado (1979) e a professor catedrático (1996), na Faculdade de Medicina da UP.

Em 1975, foi nomeado subdiretor do Instituto de Medicina Legal do Porto, instituição que passou a dirigir no ano seguinte.

De acordo com a mesma biografia, no final dos anos 80 do século XX foi eleito primeiro presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Legal da Ordem dos Médicos e presidiu ao Conselho Superior de Medicina Legal.

Foi o responsável pela instituição do Mestrado de Medicina Legal do ICBAS, curso criado em 1999.

De acordo com a informação disponível na página da U.Porto, orgulhava-se de ao longo da sua carreira ter efetuado cerca de trinta mil autópsias.

Em 1997, abandonou a clínica geral para se dedicar em exclusividade à medicina legal, sendo professor jubilado do ICBAS.

De acordo com um comunicado do FC Porto, as cerimónias fúnebres acontecem esta quinta-feira, a partir das 17h00, na igreja de Cedofeita, no Porto.