O estudo da Women Beyond Walls (WBW) mostra que as organizações que se dedicam a ajudar mulheres na prisão não são apoiadas pelo movimento feminista global. A mulher é enquadrada em narrativas complicadas e, por isso, há quem se recuse a financiar estes projetos, afirma a ativista Sabrina Mahtani.

Segundo o jornal britânico The Guardian, a líder da WBW afirma que são várias as ONG’s que se empenham no apoio de “algumas das mulheres mais marginalizadas e negligenciadas”, mas que o futuro destas é uma incerteza em parte devido à falta de financiamento das principais organizações feministas.

No estudo “Forgotten By Founders” participam 34 entidades que trabalham com reclusas.

Os dados publicados pela WBW revelam que mais de 60% das organizações que trabalham com mulheres encarceradas enfrentam atualmente uma situação financeira precária, algumas mesmo em risco de não conseguir atuar no próximo ano. Em oposição, 70% das organizações não recebem apoio financeiro dos direitos das mulheres ou de fundações de carácter feminista, pois não estão interessadas em neste grupo social e em questões de crime — “Existe geralmente uma perceção negativa sobre mulheres na prisão ou prisioneiras que dificulta que a sociedade as apoie”, afirma uma organização.

Mahtani considera que a principal razão para ignorarem estas mulheres é não terem um perfil “limpo” de vítima e, por isso, “não se enquadram no estereótipo do que é comercializável”. A ativista relembra que um dos princípios fundamentais feministas é apoiar quem mais está sujeito à opressão de género.

De acordo com a Penal Reform International, a nível mundial encontram-se cerca de 740 000 mulheres na prisão, quase 7% da população mundial.

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