Uma pessoa morreu, aparentemente por imolação pelo fogo, e 18 ficaram feridas, incluindo dois dirigentes do partido tunisino de inspiração islamita Ennahdha, num incêndio na sede desta força política, em Tunes, indicou esta quinta-feira o Ministério do Interior do país.

Num comunicado publicado na sua página oficial, o Ennahdha, partido criado em 1981 com o nome Movimento de Tendência Islâmica, inspirado na Irmandade Muçulmana egípcia e também na Revolução Islâmica do Irão de 1979, confirmou a morte de um dos seus militantes no incêndio, mas sem mais pormenores.

Segundo a imprensa local, a vítima mortal é um apoiante do partido que se imolou pelo fogo no piso térreo do edifício.

O vice-presidente do movimento de inspiração islâmica, Ali Laaryadh, que saltou do segundo andar para escapar das chamas, bem como o presidente do Conselho Consultivo da Shura (órgão diretor), Abdelkarim Harouni, ficaram feridos e foram transferidos para o hospital, disseram membros do partido à agência noticiosa France-Presse (AFP).

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Laaryadh, também um antigo primeiro-ministro, sofreu fraturas em várias partes do corpo, acrescentaram as fontes.

Imagens divulgadas pela imprensa local e pelas redes sociais mostram colunas de fumo a sair do edifício da sede do Ennahdha, enquanto responsáveis do partido tentavam abandoná-lo, saltando pelas janelas.

O presidente do Ennahdha, Rached Ghannouchi, também presidente do Parlamento, não estava na sede na altura do incêndio, disse aos jornalistas Mondher Lounisi, funcionário do movimento.

No comunicado, o Ministério do Interior tunisino adiantou que está já em curso uma investigação judicial para apurar responsabilidades e as razões do incêndio.

Até julho, altura em que, alegando “perigo iminente” para o país, o Presidente da Tunísia, Kais Saied, assumiu plenos poderes e dissolveu o Parlamento e o Governo, o Ennahdha era a principal força no hemiciclo tunisino.

Segunda-feira, numa conferência de imprensa, o partido denunciou a existência de “uma campanha de difamação” orquestrada por líderes políticos com o objetivo de o excluir da cena política.