O Conselho Nacional do CDS-PP vai reunir-se na quarta-feira para aprovar as listas de candidatos a deputados nas eleições legislativas de 30 de janeiro, reunião na qual o eurodeputado Nuno Melo não vai participar.

Esta reunião extraordinária, convocada “com caráter de urgência”, decorrerá por videoconferência, tem início marcado para as 21h00, e tem como ponto único da ordem de trabalhos a “aprovação de listas candidatas do CDS-PP às eleições legislativas de janeiro de 2022″.

Na convocatória enviada aos conselheiros nacionais do CDS-PP e à qual a Lusa teve acesso, o presidente do Conselho Nacional, Filipe Anacoreta Correia, justifica que “a urgência da convocatória resulta da necessidade de cumprir os prazos legais para entrega de listas de deputados às eleições legislativas”.

As listas de candidatos a deputados ainda não foram divulgadas pelo partido e terão de ser entregues até dia 20, próxima segunda-feira.

À semelhança do que aconteceu nas últimas vezes, o eurodeputado Nuno Melo não vai participar nesta reunião do órgão máximo do partido entre congressos, como protesto contra a forma como foi convocada e como decorrem estas reuniões.

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Nuno Melo — que ia disputar a liderança do partido contra o atual presidente no congresso que esteve marcado para novembro, mas foi cancelado e adiado para depois das legislativas — criticou esta terça-feira, em declarações à Lusa, que “o CDS é hoje um partido que só reúne de forma virtual e urgente” e considerou que o Conselho Nacional “é conduzido parcialmente”.

Por isso, não lhe “faz nenhum sentido” participar.

Sobre as listas de candidatos a deputados, o também líder da distrital de Braga do CDS-PP disse não ter sido “contactado para dar opinião sobe o cabeça de lista, como sempre aconteceu no passado”, nem tem conhecimento de quem será, “a 24 horas do Conselho Nacional que vai aprovar as listas”.

Todas as fichas foram colocadas, em desespero, numa coligação com o PSD. O PSD não esteve disponível e agora é como se vê, é simplesmente deprimente”, afirmou.

O Conselho Nacional centrista esteve reunido no domingo e aprovou por ampla maioria a coligação com PSD e PPM nos Açores.

Em 27 de novembro, o órgão máximo do partido entre congressos tinha já aprovado a coligação do partido com o PSD no círculo eleitoral da Madeira, algo que não acontecerá nos círculos do território continental e nos dois de emigração para as eleições de 30 de janeiro, depois de os sociais-democratas terem decidido concorrer com listas próprias.

No mesmo dia, os centristas aprovaram, com 91% dos votos, os critérios propostos pela direção para a escolha dos candidatos a deputados nas eleições legislativas de 30 de janeiro.

A proposta de critérios de designação de candidatos às eleições legislativas, apresentada pela direção de Francisco Rodrigues dos Santos, refere que “a escolha dos candidatos deve recair sobre personalidades de reconhecido mérito e idoneidade, com ligação ao círculo pelo qual se candidatam, e que não se encontrem em situação de incompatibilidade, impedimento ou de inelegibilidade”.

O documento indica também que compete à comissão executiva (órgão mais restrito da direção), “ouvidas as distritais, propor os candidatos na primeira posição pelos 18 círculos eleitorais do continente, na segunda, terceira e quarta posições pelo círculo de Lisboa e na segunda e terceira posições pelo círculo do Porto”.

Os restantes candidatos serão propostos e ordenados pelas distritais do partido.

Em 2019, a direção de Assunção Cristas também escolheu os cabeças de lista aos 18 distritos e os primeiros candidatos em Lisboa (cinco) e no Porto (três).

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