A maior cerimónia de abertura da história dos Jogos Olímpicos será feita, a 26 de julho de 2024, em Paris, revelou a organização da prova mundial mais conhecida do mundo.

A cerimónia será realizada no rio Sena, com 160 barcos a transportar as comitivas olímpicas ao longo de seis quilómetros, e cerca de 600 mil pessoas a assistir ao vivo à apresentação dos atletas, segundo o New York Times.

Além da passagem por locais icónicos da cidade das luzes, como a Torre Eiffel, o Louvre e a Catedral de Notre Dame, o evento vai contar com várias performances artísticas.

Uma orquestra a tocar num dos barcos que vai viajar no Sena e ciclistas de BMX a saltar sobre as pontes do rio são alguns dos planos que a Paris 2024 – responsável pela organização da prova mundial em França – tem para a cerimónia, que terminará na Praça de Trocadero, em frente à Torre Eiffel.

O destaque não vai só para a espetacularidade que envolve a realização do evento no coração de Paris, sendo outro dos objetivos tornar a cerimónia de abertura mais acessível para os espetadores. Para tal, os 600 mil espetadores – cerca de dez vezes mais pessoas a ver em comparação, por exemplo, com o público de um estádio de futebol – poderão comprar um lugar nas bancadas ao longo do Sena, ou poderão simplesmente observar a frota de comitivas a navegar, através das margens do rio.

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Mil milhões de pessoas vão assistir à cerimónia. Nós queremos que eles sintam o melhor de França. Vai ser uma combinação única entre desporto e cultura, com a cidade inteira a servir de Estádio Olímpico”, explicou o presidente da Paris 24, Tony Estanguet, triplo medalhista de ouro em canoagem nos Jogos Olímpicos, ao The Guardian.

A tentativa de transformar a cidade no palco das provas não se vai materializar apenas na cerimónia de abertura. Os planos para Paris 24 é que, de entre outras, competições como o voleibol de praia sejam disputadas aos pés da Torre Eiffel, e as provas equestres sejam realizadas nos jardins do Palácio de Versalhes.

Já nas provas de ciclismo e corrida de longa distância será permitido aos praticantes amadores que realizem também as provas, partindo depois dos atletas olímpicos.

Enquanto ex-participante dos Jogos Olímpicos, outra das preocupações que Tony Estanguet diz ter é o bem-estar dos atletas durante a cerimónia de abertura. “Muitos atletas não participam na cerimónia de abertura por constrangimentos em relação a estar em pé durante horas e regressar bastante tarde à vila”.

Com esta parada de barcos, eles vão ter a opção de regressar à vila se quiserem deitar-se mais cedo, ou permanecer para a segunda parte da cerimónia num miniestádio na Praça de Trocadero de frente para a Torre Eiffel”, explicou o triplo medalhista de ouro.

Preocupações com a segurança pautaram igualmente a preparação da cerimónia de abertura

A decisão de realizar a cerimónia ao longo do rio Sena, contudo, não foi aceite de modo unânime.

Embora o Presidente de França, Emmanuel Macron, tenha concordado, segundo a France 24, com a parada fluvial, as autoridades de segurança francesa questionaram as condições de segurança do evento, tendo pedido para que fosse aceite um limite máximo de 25 mil assistentes. As 600 mil pessoas foi o meio termo encontrado entre estes 25 mil exigidos, e os dois milhões de pessoas inicialmente pensados pela Paris 24 e pela Câmara Municipal.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, requisitou ao ministro do Interior, Gérald Darmanin, que fossem dadas estratégias de segurança para a cerimónia até ao final de 2021 e para todas as provas dos Jogos Olímpicos até junho de 2022.