A justiça marroquina confirmou esta segunda-feira a sentença de um defensor dos direitos humanos condenado, no final de julho, a dois anos de prisão por “desprezo pelas instituições” estatais, adiantou à agência de notícias AFP o advogado de defesa.

Preso em meados de junho, Noureddine El Aouaj foi processado por “desprezo pelas instituições constitucionais”, “insultos contra os órgãos constituídos” e “apelo à prática do crime”, de acordo com a mesma fonte.

“No tribunal, [El Aouaj] disse que não era terrorista nem criminoso. Era um ativista com opiniões. A liberdade de expressão merece cadeia?”, questionou o advogado.

Noureddine El Aouaj fazia parte do Movimento 20 de fevereiro (20-F), versão marroquina da Primavera Árabe.

O ativista também integrou grupos de apoio aos jornalistas Omar Radi e Soulaimane Raissouni, detidos em dois casos distintos.

Omar Radi, um jornalista freelance de 35 anos, está a cumprir uma pena de prisão de seis anos num caso duplo de “espionagem” e “violação sexual”. A próxima audiência do julgamento de apelação está agendada para 06 de janeiro de 2022.

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Por sua vez, Soulaimane Raissouni, de 49 anos, antigo do jornal Akhbar Al Yaoum, foi condenado em primeira instância a cinco anos de prisão por “agressão sexual”, tendo o seu julgamento sido adiado desta segunda-feira para quarta-feira.

Os dois jornalistas, que demonstram as suas opiniões, afirmam a sua inocência e os apoiantes denunciam “julgamentos políticos”.

As autoridades marroquinas, por seu turno, realçam a independência do poder judicial e a conformidade dos procedimentos.