O franco-ruandês Claude Muhayimana foi esta quinta-feira condenado por um tribunal de Paris a 14 anos de prisão por cumplicidade no genocídio, e em crimes contra a Humanidade, em 1994, durante o extermínio de tutsis no Ruanda.

O Ministério Público tinha pedido 15 anos de prisão para Claude Muhayimana, de 60 anos, acusado de ter transportado soldados e milicianos hutu para locais de massacre da minoria tutsi entre abril e julho de 1994 em Kibuye e nas colinas vizinhas, no oeste de Ruanda.

Relativamente aos factos de que foi acusado, Claude Muhayimana terá, enquanto motorista de uma pousada em Kibuye, “ajudado conscientemente” soldados e milicianos, garantindo o transporte destes para locais onde ocorreram massacres, designadamente nas regiões de Kibuye, Gitwa e Bisesero.

Claude Muhayimana, de pé, impassível, com as mãos cruzadas nas costas, ouviu as respostas às 100 perguntas que foram encaminhadas ao tribunal, que demorou quase 10 horas a deliberar.

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O franco-ruandês foi considerado culpado, por maioria de votos, de cumplicidade no genocídio e cumplicidade em crimes contra a Humanidade nas colinas de Karongi, Gitwa e Bisesero, no período de 07 de abril até ao final de junho, e de cumplicidade em crimes contra a Humanidade, em julho, nas colinas de Bisesero.

Os jurados absolveram-no em algumas das acusações.

Tratou-se do terceiro julgamento relacionado com os massacres de 1994, orquestrado pelo regime extremista hutu, e do qual resultaram mais de 800.000 mortos entre abril e julho de 1994.

Todavia, foi a primeira vez que um cidadão “comum” foi julgado. Os outros dois julgamentos tiveram como arguidos um ex-capitão do exército e dois juízes ruandeses.