O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, inicia no domingo uma visita de três dias ao Líbano para demonstrar a “solidariedade” com o povo libanês que atravessa “uma severa crise política e económica”, foi esta quinta-feira divulgado.

Durante os três dias de viagem, o diplomata português irá encontrar-se com as principais autoridades do país do Médio Oriente, o Presidente Michel Aoun, o presidente do Parlamento, Nabih Berri, e o primeiro-ministro, Nayib Mekati, bem como líderes religiosos e da sociedade civil.

O responsável da ONU revelou esta quinta-feira, em conferência de imprensa online, que a visita ao Líbano será a sua última deslocação de 2021, noticia a agência EFE.

António Guterres irá ainda prestar homenagem às vitimas da explosão do porto de Beirute, ocorrida em agosto de 2020, e que causou 207 mortos e uma enorme destruição.

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Tem ainda agendada uma viagem ao sul do país para visitar as forças da paz da Unifil, a Força da ONU no Líbano que está instalada naquela região, na fronteira com Israel, onde se vive permanentemente em grande tensão.

Guterres salientou que pretende com esta visita enviar um sinal de “total solidariedade” com o povo libanês e os seus refugiados que enfrentam uma severa crise política e económica.

O secretário-geral da ONU lembrou que, para sair da crise, é necessário que os diferentes dirigentes políticos se unam e superem as diferenças.

Esta divisão paralisou as instituições e impossibilita um acordo com o Fundo Monetário Internacional para que sejam criadas as condições necessárias de recuperação”, alertou.

O português referiu que embora a comunidade internacional “tenha a obrigação de ajudar o país”, isso não pode ser feito se não for através de um processo liderado pelos próprios libaneses, que “não têm o direito de se dividir nos momentos dramáticos”.

Os líderes do Líbano têm como tarefa promover uma reforma completa do Estado, investigar a fundo a explosão do porto de Beirute e planear um programa de recuperação para o país, acrescentou.

A crise económica desencadeada no Líbano no final de 2019 é já uma das piores do mundo em mais de um século e meio, segundo estimativas do Banco Mundial.

O Líbano sofre com a alta taxa de inflação e a grave escassez de produtos e serviços básicos como combustíveis, eletricidade, água ou medicamentos.