O Governo nomeou finalmente a nova administração da Caixa Geral de Depósitos que esperava luz-verde por parte do BCE, ao qual tinha sido submetida em julho.

Assim já poucas novidades se aguardavam. Mas ainda assim a lista final tem nomes que ainda não tinham sido revelados ao nível do conselho de administração para os cargos não executivos.

Luís Nazaré, professor do ISEG e conhecido pela sua ligação ao Benfica (foi presidente do Conselho Fiscal do Sport Lisboa e Benfica) e ao PS (foi coordenador do Gabinete de Estudos do Partido Socialista), entra no conselho como não executivo. Luís Nazaré chegou a fazer parte do conselho consultivo do Banco de Portugal, do qual saiu no ano passado quando Mário Centeno assumiu a posição de governador.

Para funções não executivas passa José Brito, que até então tinha desempenhado funções executivas. Além disso, entram António Henrique Assis (que vai presidir à comissão de auditoria), Maria del Carmen Gil Marín, do INSEAD e que está também no conselho dos CTT, Maria João Martins Ferreira Major, professora no ISCTE, e Monique Eugénie Hemerijck, com ligações à banca internacional. Mantêm-se como não executivos Arlindo Oliveira e Hans-Helmut Kotz.

A presidir ao conselho de administração ficará, como já tinha sido noticiado, António Farinha Morais, ex-administrador do BPI, substituindo Rui Vilar que já tinha anunciado indisponibilidade para novo mandato.

Emílio Rui Vilar de saída da presidência da administração da Caixa Geral de Depósitos

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Saem do conselho, como não executivos, Ana Maria Fernandes, José de Azevedo Rodrigues, Mary Jane Antenen, Altina de Fátima Gonzalez Villamarin e Nuno da Cunha Rodrigues.

Nos cargos executivos mantêm-se Paulo Macedo, como CEO, conforme já tinha sido confirmado pelo ministro das Finanças, João Leão.

Ao seu lado na mesa dos executivos terá José João Guilherme, Francisco Cary, João Tudela Martins, Maria João Carioca e Nuno Alexandre de Carvalho Martins — todos transitam do mandato anterior. Entram Madalena Talone (que chegará do BPI) e Maria Manuela Martins Ferreira (quadro da CGD).

Os nomes foram divulgados pelo Ministério das Finanças. “Concluído com sucesso o processo de avaliação (fit and proper) por parte do Banco Central Europeu, na sequência da proposta remetida em 29 de julho de 2021 ao Banco de Portugal, o Governo decidiu eleger o novo Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o mandato 2021-2024″, assentando “numa estratégia de continuidade, com alguns elementos de renovação, nomeadamente o chairman, com vista a salvaguardar a estabilidade da gestão e a prossecução dos bons resultados nos próximos anos”.

A CGD acabou de sair do processo de reestruturação que teve de ser submetida pela recapitalização que fez o Estado entrar com uma injeção de capital.

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Já este ano, em novembro, a Caixa anunciou o pagamento ao Estado de um dividendo extraordinário de 300 milhões de euros.

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Em comunicado, o Ministério das Finanças realça que “nos últimos anos, a CGD regressou a níveis de rendibilidade que permitiram iniciar a retribuição aos portugueses do esforço de recapitalização, com o pagamento, já este ano, de um dividendo extraordinário de 300 milhões de euros. Adicionalmente, a CGD aumentou os seus rácios de capital, tendo hoje rácios superiores à média em Portugal e noutros Estados-Membros da União Europeia, e que lhe permite enfrentar a situação pandémica em melhor posição com pares nacionais e europeu”.