O ministro do Ambiente e da Ação Climática garantiu esta quarta-feira que estão a ser avaliadas duas soluções para resolver o problema da regularização do caudal do rio Tejo e que devem ser construídas em conjunto.

Muitas vezes temos o problema da falta de água [no rio Tejo]. E, não podemos estar à espera que Espanha nos resolva esse problema. Temos que ser nós a ter uma solução. São essencialmente duas soluções que estão a ser avaliadas e que, muito provavelmente, irão ser construídas em conjunto”, afirmou esta quarta-feira, à agência Lusa, João Pedro Matos Fernandes.

O governante falava na Sertã, distrito de Castelo Branco, à margem da cerimónia de assinatura dos contratos-programa de 23 Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP).

Segundo o ministro, uma das soluções para resolver o problema da regularização do caudal do rio Tejo, passa por construir uma ligação em túnel da barragem do Cabril a Belver, sem qualquer transvase – estamos a falar dentro da mesma bacia hidrográfica – e que é essencial para podermos trazer água de um rio, onde nunca faltou a água, que é o Zêzere”.

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A segunda solução é a criação de um reforço de capacidade armazenada, em barragem, no rio Ocreza.

João Pedro Matos Fernandes disse que esta não é uma obra simples, que poderá passar pela Pracana ou por construir uma barragem, mais a montante, com uma dimensão muito maior.

“Por isso é que não lhe chamo Alvito, não tem nada a ver com essa barragem. E, essa barragem só tem um objetivo, que é garantir caudal no Tejo. Obviamente que depois permite outros usos”, sustentou.

Contudo, o governante realçou que esta será “uma barragem feita com objetivos ambientais”.

Quando não houver água vinda de Espanha, com a regularidade e a quantidade que Portugal precisa, neste troço de 70/80 quilómetros, entre Belver e Constância, nós vamos ter essa água a partir desta mesma barragem”, sublinhou.

O ministro garantiu que os trabalhos estão a ser feitos, mas não são simples.

“Até já esteve prevista, há cerca de uma semana, a apresentação do projeto. Mas eu senti que lhe faltava mais maturidade. Certamente que em breve ela [barragem] será apresentada, mas não quero confundir as coisas. Esse em breve vai ser depois do dia 30 de janeiro, mesmo que o trabalho esteja feito”, concluiu.

Em maio deste ano, o ministro do Ambiente e da Ação Climática tinha avançado que durante o verão estaria pronto um primeiro estudo sobre a localização para a construção de uma barragem no rio Ocreza e sobre a dimensão da infraestrutura.

Na altura, o governante disse que a barragem do Ocreza estava em estudo, apesar de algum atraso, dado a sua complexidade.