A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) vai estudar 1.000 crianças de 25 escolas do concelho de Matosinhos para avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 na saúde das crianças portuguesas, foi esta segunda-feira anunciado.

Em comunicado, a Câmara Municipal de Matosinhos refere que o “projeto de investigação inédito” sobre o efeito da pandemia na saúde das crianças arranca este ano letivo e vai ter a duração de três anos.

“O REACT — De volta à Ação, será realizado com base numa amostra de 1.000 crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico, com idades entre os 6 e os 10 anos, oriundos de 25 escolas do concelho de Matosinhos”, indica o município.

Na mesma nota lê-se que a autarquia e a FADEUP “estabeleceram já um acordo que visa a cooperação em áreas de interesse mútuo, nomeadamente no que toca à investigação e posterior formação e desenvolvimento de dinâmicas multidisciplinares que venham colmatar falhas e contrariar tendências adquiridas com a pandemia”.

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“O projeto, que se iniciará no presente ano letivo e terá uma duração de três anos, terminando no ano letivo 2023-2024, inscreve-se num plano alargado de estudos sobre o crescimento físico, desenvolvimento motor e comportamento de saúde das crianças e jovens, numa perspetiva de investigação nas áreas de auxologia, do desenvolvimento motor e da epidemiologia da atividade física em curso no Centro de Investigação, Formação, Inovação e Intervenção em Desporto (CIFI2D) da FADEUP”, explica a Câmara de Matosinhos.

Segundo o município, os resultados desta investigação “irão permitir que famílias, professores de Educação Física e comunidades educativas percebam de que forma as crianças e jovens foram afetados pela pandemia e dotá-los de ferramentas para a elaboração de um plano de ação focado nos constrangimentos encontrados”.

O projeto pretende descrever e interpretar os padrões de variabilidade no crescimento físico e desenvolvimento motor de crianças depois da Covid-19, bem como a importância de múltiplos fatores —individuais, familiares, escolares e comunitários — que poderão condicionar trajetos de vida sustentáveis e saudáveis.

A Covid-19 provocou mais de 5,39 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.874 pessoas e foram contabilizados 1.279.785 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.