A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,1% no trimestre encerrado em outubro mas 12,9 milhões de pessoas continuam sem trabalho no país, informou esta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em causa está uma diminuição de 1,6 pontos percentuais em relação ao trimestre de maio a julho de 2021 (13,7%) e um recuo de 2,5 pontos percentuais face ao mesmo trimestre de 2020 (14,6%).

Trata-se da menor taxa de desemprego desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2020 (11,8%), mas é ainda superior ao patamar anterior ao início da pandemia de Covid-19.

“Essa queda na taxa de desemprego está relacionada ao crescimento da ocupação, como já vinha acontecendo nos meses anteriores. O aumento no número de ocupados ocorreu em seis dos 10 agrupamentos de atividades, a exemplo do comércio, da indústria e dos serviços de alojamento e alimentação”, explicou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Com esse crescimento, o nível de ocupação, que é a percentagem de pessoas empregadas na população em idade de trabalhar, subiu para 54,6%, o maior desde o trimestre encerrado em abril do ano passado.

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O número de empregados com contrato de trabalho no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) foi de 33,9 milhões de pessoas, um aumento de 4,1% (mais 1,3 milhões de pessoas) frente ao trimestre anterior e 8,1% (mais 2,6 milhões de pessoas) face a 2020.

Já o número de empregados sem contrato no setor privado (12 milhões de pessoas) subiu 9,5% (um milhão de pessoas) diante do trimestre anterior e 19,8% (dois milhões de pessoas) em relação a igual trimestre de 2020.

Por outro lado, a quantidade de trabalhadores por conta própria (25,6 milhões de pessoas) cresceu 2,6% (638 mil pessoas) na comparação mensal e 15,8% (3,5 milhões de pessoas) na comparação anual.

Do aumento de 3,3 milhões de pessoas na ocupação, 40% são trabalhadores com contrato de trabalho no setor privado. Essa recuperação do trabalho formal já vem ocorrendo nos meses anteriores, desde o trimestre encerrado em julho. Então, embora o emprego com contrato no setor privado ainda esteja num nível abaixo do que era antes da pandemia, vem traçando uma trajetória de crescimento”, indicou Adriana Beringuy.

Apesar da queda do desemprego no Brasil, país com 213 milhões de habitantes, o rendimento médio da população empregada diminuiu pelo quinto trimestre consecutivo, para o menor valor (2.449 reais ou 380 euros) já registado na série histórica do levantamento, iniciado em 2012.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada esta terça-feira pelo IBGE.

O Brasil entrou em recessão no terceiro trimestre, com uma contração de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), em grande parte atribuída à queda da produção agroalimentar, um setor-chave da economia do país.

Especialistas ouvidos pelo relatório Focus do Banco Central esperam um crescimento de 4,51% para 2021, mas de apenas 0,42% em 2022.

Em 2020, quando a pandemia atingiu fortemente a economia global, o PIB do Brasil encolheu 4,1%.