O militar André Ribeiro, de 38 anos, foi expulso da Guarda Nacional Republicana (GNR) por ter agredido imigrantes nepaleses em Almograve, Odemira. A decisão, publicada em Diário da República, foi tomada por Eduardo Cabrita, ainda antes da demissão do cargo de ministro da Administração Interna, e remonta à noite de 30 de setembro de 2018, quando o militar da GNR agrediu e sequestrou dois imigrantes, tendo sido condenado a seis anos de prisão por cinco crimes.

De acordo com o despacho, primeiramente publicado pelo Jornal de Notícias, trata-se de uma pena disciplinar de “separação de serviço” e, com esta decisão, André Ribeiro e os seus familiares perdem todos os benefícios de integrar as forças de segurança, nomeadamente os de saúde por serem trabalhadores do Estado.

O militar fazia parte do Destacamento Territorial de Odemira e na noite de 30 de setembro de 2018 encontrava-se num restaurante em que se reunia um grupo de imigrantes, foi chamado pelo dono devido a distúrbios e pediu ajuda a quatro colegas do Posto Territorial de Vila Nova de Milfontes. Nessa noite, os elementos da autoridades sequestraram e espancaram dois homens, tendo ainda levado os imigrantes para a residência em que moravam.

Os cinco militares foram julgados no Tribunal de Beja e André Ribeiro foi o único condenado a pena de prisão efetiva, com seis anos de cadeia por cinco crimes: um de violação de domicílio, dois de ofensas à integridade física e dois de sequestro. Segundo o Jornal de Notícias, os restantes militares foram condenados a penas suspensas e, depois de recorrerem para Tribunal da Relação de Évora, que manteve as decisões, foram reintegrados. Já André Ribeiro, agora expulso da GNR, está a cumprir pena.

Odemira. Sete militares da GNR suspeitos de torturar e humilhar migrantes “com satisfação e desprezo”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR