Até agora, no acumulado do ano, a Hyundai entregou globalmente 108 mil veículos eléctricos, esperando que até ao fim de 2021 atinja o objectivo de vender 140 mil. Face a 2019, esta meta representaria um aumento de 55%, mas em dois anos. Pois, em apenas um, o fabricante sul-coreano aposta em duplicar os resultados de 2021, assumindo que pretende comercializar em 2022 nada menos que 220 mil automóveis eléctricos em todo o mundo, juntamente com a Genesis. A informação foi avançada pelo CEO do construtor de Seúl, Jaehoon Chang, em declarações à Automotive News.

Para alicerçar esta estratégia, o plano do fabricante passa por deslocar os investimentos na área dos motores a combustão interna, que vão ser abandonados, para a pesquisa e o desenvolvimento de soluções no âmbito da electrificação e da condução autónoma. Tudo isto suportado, para já, na plataforma específica Electric-Global Modular Platform (E-GMP), ao serviço do Ioniq 5 e do Kia EV6, dois dos veículos eléctricos mais surpreendentes, do ponto de vista da eficiência, no mercado.

Hyundai vai sacrificar 50% da oferta a combustão

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Animada pelas boas críticas e pela excelente receptividade do Ioniq 5, a Hyundai não se limita a colocar a fasquia bem lá em cima para o próximo ano. Inicialmente, as previsões do grupo, onde se inclui a Kia, apontavam para a comercialização de cerca de 1 milhão de eléctricos dentro de cinco anos, linha que agora foi puxada para cima, com uma nova estimativa muito mais ambiciosa. Em 2026, o Hyundai Motor Group espera entregar globalmente 1,7 milhões de veículos eléctricos.

Como a Hyundai se prepara para dominar a produção mundial de células de combustível

Para fortalecer a sua posição nesta frente, o grupo sul-coreano continua a apostar também em  modelos alimentados com a electricidade gerada a bordo com recurso a uma célula de combustível a hidrogénio, como será o caso do Vision FK, mas planeia ainda introduzir uma nova plataforma especificamente projectada para eléctricos antes de 2026. Ou seja, duas arquitecturas dedicadas, com tudo o que isso implica em termos de cobertura de um maior número de segmentos. Nesse ano, o portefólio “zero emissões” da Hyundai deverá contabilizar 13 modelos, onde se incluirão a berlina Ioniq 6, com um estilo muito próximo do Porsche Taycan, e o Ioniq 7, lo SUV de sete lugares baseado no Seven Concept.

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Na entrevista, Jaehoon Chang não se comprometeu com uma data para a chegada ao mercado de baterias sólidas, da mesma forma que não se “atravessou” com nenhum cronograma para balizar a paridade de custos entre um EV e um modelo a combustão. Mas garantiu que a Hyundai vai ser “agressiva” em termos de competitividade, consciente que “os subsídios governamentais [para os eléctricos] vão diminuir”, pelo que a marca está focada em “ser competitiva antes que eles acabem”. Para isso acontecer, também está fora de questão a possibilidade de vir a fabricar para a Apple, pois toda a capacidade produtiva estará focada em satisfazer as necessidades da própria marca. Quanto à crise dos chips, a expectativa do CEO da Hyundai é que a falta de semicondutores deixe de ser um problema na segunda metade de 2022.