Os historiadores abriram esta terça-feira uma cápsula do tempo de cobre com mais de 130 anos, encontrada no pedestal da estátua do general Robert E. Lee em Richmond, na Virgínia. O respetivo monumento foi retirado em setembro de 2021, depois dos protestos contra o racismo por todo o país devido à morte de George Floyd.

Foi Katherine Ridgway, arqueóloga do Departamento de Recursos Históricos da Virgínia, quem cortou o metal e começou a retirar cuidadosamente os objetos da caixa, que, antes de ser aberta, foi analisada por uma equipa anti bombas. “Acho que está em melhor estado do que esperávamos”, considerou Ridgway, no vídeo transmitido em direto pelo governador Ralph Northam, notando que muitos objetos estavam molhados.

A caixa tinha algumas relíquias, tais como o que parecia ser dinheiro confederado, uma edição do jornal Harper’s Weekly de 1865 e um símbolo maçónico, alegadamente esculpido a partir da árvore que cresceu em cima do túmulo do general Stonewall Jackson.

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Uma edição do jornal Richmond Dispatch, datada de outubro de 1887, deu aos historiadores algumas ideias sobre o que poderia estar dentro da caixa, inclusive uma foto de Abraham Lincoln no caixão. Esse artefacto estava mesmo lá dentro, mas parecia ser apenas uma cópia, o que o torna menos valioso.

O historiador Dale Brumfield  admitiu à ABC News estar “um pouco desapontado” por não ser uma foto original de Lincoln. “[Não foi] totalmente inesperado. Eu sabia que existia cerca de 99% de hipóteses de que fosse o que seria. Mas sabes, espera-se sempre uma pequena surpresa”.

Este e os outros artefactos contextualizam a vida em Richmond naquela época, porém Brumfield salvaguardou que há partes importantes da história que não estão representadas pela cápsula do tempo, como “qualquer coisa relacionada à comunidade negra”.

Os historiadores vão agora analisar e dar contexto a todos os objetos encontrados e Brumfield quer que sejam “exibidos para que as pessoas possam ver a forma profunda como a ideologia da Confederação ainda vagava 22 anos após o fim da guerra“, destaca ao mesmo jornal.