A polícia de Hong Kong deteve esta quarta-feira seis pessoas do site de notícias Stand News, alegando conspiração de publicar artigos não afetos ao governo.

Mais de 200 oficiais da polícia de Hong Kong foram enviados para um raide aos escritórios do jornal. Em comunicado, citado pela BBC, fonte policial disse estar autorizada a “procurar a apreender materiais jornalísticos relevantes.”

Entre os detidos estão os editores da Stand News, assim como Denise Ho — estrela musical transformada em ícone democrático, que tem um lugar na administração do jornal. Foram presos três homens e três mulheres, com idades compreendidas entre os 34 e os 73 anos.

Denise confirmou numa publicação na sua página de Facebook que havia sido detida, tendo posteriormente sido encaminhada para a esquadra da polícia de Western District.

Imagens divulgadas no Facebook da Stand News mostram polícias à porta do diretor adjunto Ronson Chan que, apesar de não ter sido detido, foi levado para interrogatório esta quarta-feira de manhã.

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Chan foi o anfitrião — na noite anterior — do jantar anual da Associação de Jornalistas de Hong Kong, na qual discursou afirmando que “o que sucedeu com o Apple Daily abanou Hong Kong. [A cidade] precisará sempre da verdade e de jornalistas. Independentemente do quão difícil for o caminho que temos pela frente, a Associação de Jornalistas não irá cair.”

Ronson Chan fazia alusão ao ataque elaborado pela polícia local à sede do Apple Daily — um jornal online abertamente contra a liderança chinesa em Hong Kong — no início deste ano.

Polícia de Hong Kong deteve diretor e outros quatro responsáveis do jornal pró-democracia Apple Daily

O fecho deste implicou que a Stand News se tornasse no único jornal pró-democrático da cidade, tendo ganho relevância durante os protestos contra a liderança chinesa e a supressão de liberdades de 2019.