O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, criticou as propostas ambientais divulgadas pelo presidente do PSD, Rui Rio, considerando-as, no entanto, “muito melhores” do que aquelas defendidas pelo jornalista e comentador da SIC, José Gomes Ferreira.

Em entrevista à CNN Portugal, quando confrontado com as críticas do líder social-democrata às políticas ambientais do Governo no congresso do PSD, Matos Fernandes disse que não passavam de um “diagnóstico falso”, referindo que Rui Rio teve “azar” naquilo que havia comentado.

O ministro começou por elencar que o Governo cumpriu a “meta de incorporação das renováveis” e a “meta de eficiência energética”, esclarecendo ainda que “não há metas para os bioresíduos”: “Há para o ano de 2023 a obrigatoriedade de o país ter – e vai ter certamente – um sistema de recolha separativa para os bioresíduos”. 

“Com base de um diagnóstico tão falso, é difícil depois que haja políticas corretas. Mas daquilo que ele enunciou como políticas ambientais, comparado por exemplo com as políticas de José Gomes Ferreira, foram muito melhores, as do doutor Rui Rio“, atirou Matos Fernandes.

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Matos Fernandes diz que PCP é “extrativista” e critica PEV, que não “tem nada de ecologista”

Questionado sobre os parceiros da Gerigonça e dos avanços na área ambiental, Matos Fernandes salientou que “é raríssimo” poder falar de acordos com o PCP e com o BE em conjunto. Enquanto os comunistas defendem uma política “extrativista, produtivista”, o Bloco de Esquerda “não tem nada a ver com isso”. “São partidos completamente diferentes.”

No entanto, Matos Fernandes assinalou que, embora o BE defenda “princípios certos”, o partido “borrega” quando “tem de concretizar as coisas”, lembrando a aprovação do adicional de carbono nos combustíveis, em que os bloquistas votaram contra.

Quanto ao PEV, o ministro do Ambiente descreveu-os como um partido que “não tem nada de ecologista. Encontraram aquele nome e um símbolo catita mas não têm nada de ecologista”. No que diz respeito ao PAN, a opinião de Matos Fernandes é diferente, porque, “ao nível do bem-estar animal”, tem “de facto um processo importantíssimo”.

“Estava preparado para ser ministro por mais dois anos”

Na mesma entrevista, Matos Fernandes revelou que “estava preparado para ser ministro por mais dois anos”, mas não se mostra preocupado sobre o seu futuro.

“Vai falar o povo, depois vai falar o dr. António Costa, depois falarei eu. Sobretudo, eu acho que a coisa mais normal do mundo, em qualquer momento, é deixar de ser ministro”, frisou.