Se é certo que Bernardo Silva tem sido o grande destaque de uma temporada que vai correndo muito bem ao Manchester City, também é certo que o impacto de Rúben Dias e João Cancelo não pode ser colocado numa prateleira secundária. Os três portugueses, todos formados no Benfica, são parte integrante do grupo de indiscutíveis para Pep Guardiola e têm sido fulcrais não só para a consistência defensiva como também para a eficácia ofensiva que vão garantindo aos citizens a liderança isolada da Premier League.
Bernardo, Rúben e João, com 27, 24 e os mesmos 27 anos, formam um trio de colegas que também são amigos e que vão fazendo de Manchester uma espécie de Nova Lisboa — ainda que pintada de cores diferentes. “Em Portugal continuamos a ver tudo a vermelho e branco mas em Inglaterra não, aqui é mais azul… Somos os três vermelhos e brancos em Portugal e azuis e brancos em Inglaterra. Joguei sete anos com o Cancelo na formação do Benfica, dos 12 aos 19. Cheguei a treinar com o Rúben algumas vezes, embora ele seja três anos mais novo, mas lembro-me muito dele naquela altura. É sempre bom estar com eles”, explicou Bernardo em entrevista ao jornal O Jogo, recordando que viveu uma situação parecida quando chegou ao Mónaco, em 2014, ainda por empréstimo do Benfica.
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— Manchester City (@ManCity) December 29, 2021
“Vivi uma situação semelhante quando cheguei ao Mónaco. Nessa altura, numa fase inicial, tive a sorte de encontrar o João Moutinho e o Ricardo Carvalho, que me ajudaram muito na adaptação ao clube, até porque era a minha experiência fora de Portugal. Só tinha jogado no Benfica até então e ter apanhado o João e o Ricardo ajudou-me muito. Há dias em que estás mais rabugento e ter pessoas que nos conhecem bem, a ajudar a passar esses momentos mais chatos, ajuda muito. É ótimo ter o Rúben e o Cancelo aqui no City todos os dias”, acrescentou o internacional português, que ao longo da semana aproveitou uma iniciativa do clube inglês para revelar que os desejos que leva para 2022 são a conquista da Premier League e da Liga dos Campeões e o apuramento para o Mundial do Qatar com a Seleção Nacional.
Esta quarta-feira, o Manchester City despedia-se de 2021 com uma visita ao Brentford e depois de três goleadas folgadas consecutivas: um 7-0 ao Leeds, um 0-4 ao Newcastle e um 6-3 ao Newcastle. Frente à equipa de Thomas Frank, que está a meio da tabela, Guardiola lançava Phil Foden, Jack Grealish e Gabriel Jesus no trio ofensivo e colocava Fernandinho e De Bruyne no meio-campo, perto de Bernardo e na ausência do lesionado Rodri. Rúben Dias e João Cancelo eram naturalmente titulares e Nathan Aké aparecia no onze inicial, na esquerda da defesa, já que Kyle Walker tem estado com problemas físicos e falhou treinos ao longo da semana devido à morte de um amigo próximo.
Esta quarta-feira, num jogo que se revelou bem mais complexo do que aquilo que o Manchester City poderia antever, a equipa de Guardiola venceu o Brentford pela margem mínima. O golo decisivo foi marcado por Phil Foden e ainda à passagem do quarto de hora inicial: Bernardo abriu o jogo da esquerda para o meio, De Bruyne temporizou na direita e cruzou direitinho para o primeiro poste, onde o jovem inglês fugiu a toda a gente para desviar para a baliza (16′). Numa partida em que o treinador catalão acabou por não fazer qualquer substituição, Laporte ainda aumentou a vantagem já nos últimos instantes mas o golo foi anulado por fora de jogo do central espanhol.
Com a quinta vitória consecutiva para todas as competições, o Manchester City aproveitou o empate do Chelsea com o Brighton e a derrota do Liverpool com o Leicester e alargou a vantagem na liderança da Premier League, terminando o ano com mais oito pontos do que os blues e mais nove do que os reds.
FULL-TIME | Three crucial points! ????
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