A procura por testes rápidos de antigénio, caseiros e realizados por farmacêuticos, está a ser semelhante à registada há uma semana para os ajuntamentos natalícios. Foi o que descreveu ao Observador uma farmacêutica da Farmácia Avalade, em Lisboa.

Sem conseguir precisar quantos testes vai realizar só esta quinta-feira, a profissional de saúde garante que estão na ordem das centenas, que todas as vagas para marcação estão preenchidas e que só não se fazem mais porque é “humanamente impossível”.

As chamadas para a farmácia na tentativa de ainda se conseguir um agendamento em vésperas de Passagem de Ano são constantes: “Recebemos uma chamada de 30 em 30 segundos, estou aqui a falar consigo e já me estão a telefonar, deve ser mesmo para ver se ainda estamos a aceitar marcações”, descreveu a farmacêutica.

Na Farmácia d’Arrábida, no Porto, já não há possibilidade para agendamentos até dia 4 de janeiro. Só nas instalações que a farmácia abriu no parque de estacionamento do Arrábida Shopping estão a atender-se 50 pessoas a cada 30 minutos: são mais de 1.500 testes diários, contabilizando-se os clientes que são atendidos sem marcação.

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A este esforço de testagem, que se tem traduzido nas “muitas chamadas” que a farmácia tem atendido nos últimos dias, junta-se o efetuado nas duas tendas montadas junto ao Estádio do Dragão. Aqui não é preciso fazer marcação porque se é atendido por ordem de chegada, mas estão “constantemente cheias de gente”, conta ao Observador um farmacêutico.

Em Leiria, a Farmácia Higiene teve de triplicar a capacidade de testagem: em vez dos 50 testes diários que habitualmente faz, só esta quinta-feira conta fazer entre 150 e 200 testes por causa da Passagem de Ano, explicou um farmacêutico ao Observador. A farmácia está a funcionar em sistema misto: aceita marcação (mas os horários estão todos preenchidos) e também atende quem procura teste sem ela.

O profissional de saúde descreve uma procura “extraordinariamente difícil” de acompanhar porque, à semelhança dos autotestes (que a farmácia ainda tem), os testes rápidos de antigénio de uso profissional também escasseiam.

Na Farmácia Albufeira, os profissionais de saúde também estão “atrapalhados” com a procura por testes à deteção do SARS-CoV-2: numa manhã fazem-se 50, mas não chegam. Com os horários completamente cheios, os farmacêuticos aconselham os clientes a procurar outras farmácias ou o serviço de laboratórios. “Não conseguimos dar resposta a toda a gente”, confirmou uma farmacêutica ao Observador.