Há uma semana, o líder do CDS surpreendeu com o vídeo em que apresentou a mesa da “ceia de natal de direita” e os elementos da “família afastada” que a ela não tinham lugar — a “prima moderninha”, o “primo sem maneiras” e o “irmão desaparecido em combate”, que é como quem diz Iniciativa Liberal, Chega e PSD. Agora, na véspera de ano novo, Francisco Rodrigues dos Santos repetiu a fórmula e o tom e, entre passas e copos de champanhe, revelou os desejos do partido para 2022.
Para além de garantir que o CDS está vivo — “Bem sei que muitos vão dizer que o CDS morreu, mas não se preocupem, nós já estamos habituados a ressuscitar nas urnas” —, e depois de uma piscadela de olho à diretora-geral da Saúde — “Dra. Graça Freitas, não se preocupe, o teste deu negativo”, disse de antigénio em punho —, o líder do partido passou a apresentar as “Linhas Azuis para a viabilização de um governo de direita”.
Acompanhado por caras do partido, “gente da casa”, como o número dois da lista de candidatos por Lisboa, José Ribeiro e Castro; ou as cabeças de lista pelo Porto, Filipa Correia Pinto, ou por Setúbal, Cecília Anacoreta Correia, Francisco Rodrigues dos Santos deu a conhecer as doze condições que o partido tenciona impor na hora de negociar um possível apoio a um governo de direita:
- A TAP tem de ser imediatamente privatizada;
- Impostos sobre empresas e famílias têm de ser reduzidos por meio de um “choque fiscal”;
- Eutanásia não pode avançar;
- Limitação de mandatos de deputados;
- Apoios para jovens, nomeadamente isenção total de impostos na compra da primeira casa;
- Tornar opcional disciplina de Cidadania e reverter “Carta Portuguesa dos Direitos Humanos na Era Digital”;
- Regresso das parcerias com escolas particulares e cooperativas e reversão do acordo ortográfico;
- Maior investimento nas forças de segurança;
- Apoio ao “mundo rural;
- Fim dos “ataques à tauromaquia”, reposição do IVA a 6% e fim da classificação etária para maiores de 16;
- Via verde da saúde e criação de “vale farmácia”;
- Não à regionalização.