Na próxima quarta-feira o Governo vai voltar a reunir-se com os peritos em saúde pública, no Infarmed, para decidir sobre se vão manter-se as medidas em vigor esta semana para conter a pandemia. A decisão política deverá ser tomada no dia seguinte, na reunião do Conselho de Ministros. A intenção do Governo em voltar a reunir os peritos tinha sido avançada por Marques Mendes, na SIC, embora ainda sem certeza sobre o modelo — que o Observador confirmou junto do Governo ser semelhante ao usado até aqui. O comentador ainda acrescentou que “tudo aponta” que as medidas “se vão manter”.

Luís Marques Mendes defendeu, no seu espaço de comentário semanal, que “é importante que tudo seja clarificado” nesse dia, nomeadamente em relação às escolas: “Abrem ou não abrem no dia 10?”. E vincou: “Em matéria de quarentenas e isolamentos temos uma perfeita loucura. Temos de agir de acordo com as circunstâncias”.

O atual membro do Conselho de Estado, antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), fez ainda comentários à última Sondagem SIC/Expresso relativa às próximas eleições legislativas.

Para Marques Mendes, PS e PSD têm boas e más notícias com esta sondagem. No caso do PS, por um lado “38% é um ótimo resultado para quem está há seis anos no poder com o desgaste inerente”, por outro “o PS está a baixar” nas intenções de voto. A tendência de descida, lembrou, já se viu na derrota de Fernando Medina em Lisboa contra Carlos Moedas, em que o socialista partia muito à frente nas sondagens. “Não quer dizer que a situação se repita, mas a tendência tem semelhanças”, apontou Marques Mendes.

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Já para o PSD, as projeções de voto — 31% — trazem uma distância ainda significativa para o PS, de sete pontos percentuais, e isso é uma má notícia. Porém, também é possível ver o copo meio cheio, defendeu Marques Mendes: “Está numa dinâmica de subida: num mês subiu cinco pontos percentuais”.

A sensação que tenho é que pequenos partidos — à esquerda e à direita — vão perder votos nas próximas semanas, com os debates e a campanha. Há dois anos não havia tensão, já se sabia quem ia ganhar. Agora está tudo muito incerto, em aberto, imprevisível. Isso beneficia os dois grandes partidos. Vai haver uma grande bipolarização entre PS e PSD e os pequenos partidos podem ser penalizados com o chamado voto útil”, defendeu ainda o comentador.

Ainda no seu espaço de opinião semanal, na SIC, Marques Mendes apontou aquilo que espera que saia das eleições legislativas de 30 de janeiro: “Acho que vamos ter um Governo minoritário, ou do PS ou PSD. Não é uma solução magnífica e vai ter um apoio precário, instável, no Parlamento. Quem ficar na oposição pode viabilizar um ou dois Orçamentos, mas não é Governo para quatro anos. Porquê? Porque ao fim de dois Orçamentos do Estado, se o líder da oposição continuar a viabilizar OE cai no seu partido”.

Artigo atualizado às 22h com a confirmação junto do Governo da reunião de peritos e o modelo da mesma.