Em algumas horas, a estimativa caiu. Esta segunda-feira, em Coimbra, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde tinha afirmado que quase 90% dos doentes com Covid-19 internados em unidades de cuidados intensivos portuguesas não estavam vacinados. Esta noite, na SIC Notícias, Lacerda Sales precisou: a realidade é afinal “heterogénea” e “diverge de instituição para instituição”.

Numa instituição poderá ser 90%, noutra 70%, noutra 58% ou 60%”, acrescentou o governante.

Umas horas depois das primeiras declarações, o secretário de Estado Adjunto e Saúde já não fez uma estimativa de quantos doentes com Covid-19 em UCI não estarão vacinados. Fez notar que esse cálculo resultava de “conversas que vou tendo com colegas das unidades de cuidados intensivos”. E corrigiu: o que existe é “uma maioria grande, relativamente significativa, de doentes não vacinados ou com esquema vacinal incompleto” em UCI e em “unidades de internamento convencional”.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde respondia a uma pergunta sobre se os cerca de 90% de não vacinados em UCI, estimativa que adiantara em Coimbra, diziam respeito a pessoas que não tinham recebido qualquer dose de vacinas contra a Covid-19 ou se a percentagem incluiria doentes que tinham sido parcialmente mas não totalmente vacinados. Ou seja, se os 90% incluíam doentes que tinham recebido uma primeira dose mas que não tinham o esquema vacinal completo.

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Horas antes, e segundo a Agência Lusa, António Lacerda Sales indicara também que cerca de 60% dos internados nas enfermarias dos hospitais não estavam vacinados. Nas suas declarações em Coimbra, o secretário de Estado dissera o seguinte:

60% das pessoas que estão internadas — cerca de 60% em números também de grandes dimensões, como média — serão pessoas não vacinadas e quase 90% em unidades de cuidados intensivos. E portanto este é o melhor indicador para fazer este apelo à vacinação: o facto de a grande maioria das pessoas que estão em internamentos quer convencionais quer nas unidades de cuidados intensivos não estarem vacinados.”

O governante tinha falado aos jornalistas à margem da cerimónia de receção aos médicos internos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). Nessa visita, salientou a capacidade de testagem do país, através das mais de 1.400 farmácias aderentes e 700 postos laboratoriais de testagem.

Notando que Portugal é o quarto país europeu com mais testes realizados, mais de 26 milhões até esta segunda-feira, Lacerda Sales enfatizou que só na quinta-feira, dia 30 de dezembro, foram realizados mais de 400 mil testes.

“Temos capacidade de testagem, temos testes, muitas instituições a testar, pelo que queremos que as pessoas se testem, porque é muito importante para controlarmos estas crise sanitária”, disse.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde apelou ainda à população para não se dirigir aos hospitais e às urgências para realizarem testes Covid-19, “porque tendo esta capacidade de testagem noutros locais poderão libertar o tempo aos profissionais de saúde para situações mais graves”.

Nota – Artigo atualizado às 23h08 com declarações do secretário de Estado à SIC, após as primeiras declarações que fizera em Coimbra