Uma bandeira da União Europeia, colocada no Arco do Triunfo, em Paris, para assinalar o início dos seis meses da presidência francesa do Conselho da União Europeia, foi retirada este domingo. O governo francês garante que a decisão não foi motivada pelas críticas de Marine Le Pen, para quem a bandeira europeia deixava a bandeira francesa em segundo plano.
O secretário de Estado francês dos Assuntos Europeus, Clément Beaune, vincou que a bandeira foi retirada na data que estava planeada: “Estava agendado que seria retirada este domingo, nós não tínhamos estabelecido uma data exata”, disse à rádio France Inter, citado pela Reuters.
“Não recuámos, e não houve nenhuma mudança de planos”, reforçou Beaune, negando qualquer cedência às pressões de Marine Le Pen, que, no sábado, ameaçou apresentar um recurso no Conselho de Estado. Contudo, a líder da extrema-direita congratulou-se com a “vitória patriótica logo no início de 2022”, no Twitter, agradecendo à “mobilização maciça” que obrigou Macron a recuar na decisão.
Une belle victoire patriotique à l’aube de 2022 !
Le gouvernement a été obligé de retirer le drapeau de l’Union européenne de l’Arc de Triomphe.
Merci à la mobilisation massive de tous les amoureux de la France et de la République pour faire reculer Emmanuel Macron. https://t.co/BNNJ0BJMhG
— Marine Le Pen (@MLP_officiel) January 2, 2022
“Presidir a Europa sim, apagar a identidade francesa não!”, escreveu, por sua vez, Valérie Pécresse, candidata conservadora às presidenciais, na mesma rede social. Pediu ainda a recolocação da bandeira francesa no monumento: “Devemos isso aos nossos soldados, que derramaram sangue por ela”.
Présider l’Europe oui, effacer l’identité française non! Je demande solennellement à Emmanuel Macron de rétablir notre drapeau tricolore à côté de celui de l’Europe sous l’arc de Triomphe. Nous le devons à tous nos combattants qui ont versé leur sang pour lui. pic.twitter.com/4tQAGwZKmg
— Valérie Pécresse (@vpecresse) December 31, 2021
Em resposta às críticas, Beaune relembrou que a bandeira nacional não está no Arco do Triunfo de forma permanente, reiterando: “Eu assumo, sem reservas, que o destino de França está na Europa”. Sublinhou ainda que não há “nenhuma lição de patriotismo” a receber daquelas figuras “que se estão a transformar numa fotocópia da extrema-direita”.