Uma bandeira da União Europeia, colocada no Arco do Triunfo, em Paris, para assinalar o início dos seis meses da presidência francesa do Conselho da União Europeia, foi retirada este domingo. O governo francês garante que a decisão não foi motivada pelas críticas de Marine Le Pen, para quem a bandeira europeia deixava a bandeira francesa em segundo plano.

França assume a presidência rotativa da União Europeia

O secretário de Estado francês dos Assuntos Europeus, Clément Beaune, vincou que a bandeira foi retirada na data que estava planeada: “Estava agendado que seria retirada este domingo, nós não tínhamos estabelecido uma data exata”, disse à rádio France Inter, citado pela Reuters. 

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“Não recuámos, e não houve nenhuma mudança de planos”, reforçou Beaune, negando qualquer cedência às pressões de Marine Le Pen, que, no sábado, ameaçou apresentar um recurso no Conselho de Estado. Contudo, a líder da extrema-direita congratulou-se com a “vitória patriótica logo no início de 2022”no Twitter, agradecendo à “mobilização maciça” que obrigou Macron a recuar na decisão.

“Presidir a Europa sim, apagar a identidade francesa não!”, escreveu, por sua vez, Valérie Pécresse, candidata conservadora às presidenciais, na mesma rede social. Pediu ainda a recolocação da bandeira francesa no monumento: “Devemos isso aos nossos soldados, que derramaram sangue por ela”.

Em resposta às críticas, Beaune relembrou que a bandeira nacional não está no Arco do Triunfo de forma permanente, reiterando: “Eu assumo, sem reservas, que o destino de França está na Europa”. Sublinhou ainda que não há “nenhuma lição de patriotismo” a receber daquelas figuras “que se estão a transformar numa fotocópia da extrema-direita”.