“O hiato de 13 anos sem ganhar qualquer troféu pode finalmente terminar para os Spurs? O Tottenham visita Stamford Bridge, um reduto onde tem um recorde infeliz com uma vitória apenas nas últimas 35 visitas. Mas se alguém pode mudar isso, ele é Antonio Conte. O italiano conduziu o Chelsea à vitória na Premier League e na Taça de Inglaterra em duas épocas, com um recorde de 72% de vitórias (38 em 53)”.

Era desta forma que a Sky Sports lançava a primeira mão da meia-final da Taça da Liga entre dois rivais londrinos (a outra, o Arsenal-Liverpool, foi adiado devido ao surto de Covid-19 nos reds). E era desta forma que Antonio Conte voltava ao campo onde entrou pela porta normal, ganhou uma porta grande e saiu quase pela porta pequena. Nem parecia mesmo um clube inglês com uma cultura inglesa e uma forma de pensar inglesa: depois de uma primeira temporada em que foi campeão, nem a Taça de Inglaterra apagou a saída nos oitavos da Champions e o quinto lugar no Campeonato. A saída colocou o assunto no tribunal devido à cláusula de indemnização para a chegada de um Maurizio Sarri que ficaria apenas um ano.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os dados estavam lançados, a estatística mostrava o salto do Totenham com o transalpino depois da saída de Nuno Espírito Santo do comando da equipa: passou de ser a equipa que menos corria para a equipa que mais corre na Premier (de 100 para 114km por jogo), passou de 19.º para terceiro nas oportunidades que consegue criar, passou de 16.º para quartos nos toques que consegue dar na área contrária, passou de 17.º para terceiro nos golos esperados. No entanto, e mesmo numa fase em que o Chelsea não atravessa um momento muito regular, a possibilidade de voltar aos troféus ficou mais longe.

Com apenas cinco minutos jogados, Kai Havertz (que saiu com um dedo da mão deslocado) mostrou que é um jogador para os grandes momentos e inaugurou o marcador com um remate cruzado na área que a defesa do Tottenham não conseguiu aliviar. Ainda na primeira parte, e já depois de uma série de boas oportunidades para aumentar, o Chelsea chegou ao 2-0 com um autogolo de Ben Davies, que levou com a bola após um corte defeituoso de Tanganga que bateu no companheiro de equipa e traiu Lloris (34′). Apesar das alterações ao intervalo, Conte nunca conseguiu inverter o domínio dos visitados e andou até mais perto de sofrer o terceiro do que de reduzir, numa das exibições mais apagadas nos spurs.

O Tottenham, que acabou por ficar fora da Conference League por decisão da UEFA após ter sido obrigado a pedir o adiamento do último encontro da fase de grupos com o Rennes, sofreu a primeira derrota nas provas internas com Antonio Conte no comando, entre Campeonato e Taça da Liga. E como as contas na principal prova estão de forma irremediável condenadas, a equipa corre o risco de ficar apenas com a Taça de Inglaterra para lugar. A não ser, claro, que haja um “milagre” na segunda volta. Se alguém já provou que é capaz de desafiar com sucesso o aparentemente impossível, esse alguém é o técnico italiano.