O Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou esta terça-feira uma nova foto da Nebulosa da Chama e das Nuvens de Orion, que se assemelham a uma “lareira” a arder.

Esta cor laranja que prevalece na foto, contudo, não é consequência de qualquer tipo de explosão, mas antes o registo das nuvens moleculares gigantes mais próximas do nosso sistema solar, segundo revela o comunicado enviado às redações.

Estas nuvens gigantes são constituídas por “vastos objetos cósmicos compostos essencialmente por hidrogénio, ode se formam novas estrelas e planetas”. A uma distância do Sistema Solar que varia entre os 1300 e os 1600 anos-luz, esta nuvens cósmicas funcionam como uma “maternidade estelar”, tendo a nebulosa, no seu centro, “um enxame de estrelas jovens que emite radiação de alta energia, o que faz com que os gases que o rodeiam resplandeçam”.

As nuvens de Orion não são, como a cor o possa fazer parecer, corpos celestes quentes, e são na realidade bastante frias, “com temperaturas típicas de apenas alguns graus acima do zero absoluto” – cerca de 273 graus Celsius negativos.

As observações por parte do ESO foram levadas a cabo com recurso ao telescópio APEX, instalado no planalto do Chanjnantor, no deserto chileno do Atacama. A equipa responsável pela análise desta região do Espaço, liderada pelo astrónomo Thomas Stanke, observou as nuvens de Orion durante vários anos com recurso a ondas de rádio emitidas pelo monóxido de carbono presente nesta “poeira cósmica”, tendo os resultados sido revelados num artigo científico publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

“Como os astrónomos gostam de dizer, sempre que há um novo telescópio ou instrumento disponível, observamos Orion, onde há sempre algo novo e interessante a descobrir”, afirma o astrónomo, segundo o comunicado do ESO.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR