O Reino Unido mobilizou 31 armas nucleares durante a guerra contra a Argentina pelo controlo das ilhas Malvinas (chamadas Falklands pelos britânicos), em 1982, revela um documento governamental agora desclassificado e consultado por um “site” de jornalismo de investigação.

O documento, agora tornado público pelos Arquivos Nacionais e consultado pelo “site” britânico Declassified UK, revela, pela primeira vez, o número de armas mobilizado, depois de o Ministério da Defesa britânico já ter admitido em 2003 que a sua frota no Atlântico Sul transportava armas nucleares.

O artigo foi publicado quando se cumprem 189 anos desde a ocupação britânica das ilhas Malvinas/ Falklands e quase 40 anos desde a invasão argentina para reivindicar a sua soberania sobre este território ultramarino britânico desde o século XIX.

No dia 2 de abril de 1982, forças militares argentinas comandadas pela junta militar que governava a Argentina invadiram as ilhas que são administradas desde 1833 pelo Reino Unido, desencadeando um conflito que terminou com a rendição dos militares argentinos a 14 de junho seguinte.

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Durante a guerra, morreram 649 militares argentinos, 255 britânicos e três civis habitantes das ilhas.

O “site” Declassified UK afirma que o destacamento das armas criou tensões entre os Ministérios da Defesa e o dos Negócios Estrangeiros britânicos, devido a receios de que este recurso violasse os tratados internacionais de não proliferação de armas.

As armas foram transferidas para os maiores navios da Armada britânica – HMS Hermes e HMS Invincible – onde o príncipe Andrew, filho da Rainha Isabel II, serviu como piloto de helicóptero.

Em pleno conflito, em maio de 1982, o HMS Invincible carregava 12 armas nucleares e o HMS Hermes 18, enquanto um navio auxiliar da Armada tinha uma, de acordo com o artigo.

O documento revela ainda que os navios estiveram todo o tempo dentro da “zona de exclusão total” imposta pelo Reino Unido em redor das ilhas Malvinas/ Falklands, sem que as armas entrassem em outras águas territoriais.